O salário bruto de um secretário de Estado em Minas é de R$ 10 mil. Descontadas as contribuições de previdência e Imposto de Renda, o valor cai para uma média de R$ 7.700. Contudo, cinco comandantes de pastas do primeiro escalão do governo conseguem compensar os abatimentos e, em alguns casos, até dobrar o salário com os chamados jetons: remuneração por participação em conselhos de empresas e fundações estatais.
O secretário de Fazenda é o que consegue inflar mais os vencimentos. Com os jetons dos conselhos do BDMG (R$ 5.000), da Cemig (R$ 6.090), da MGI (R$ 3.000) e da Funpemg (R$ 1.000), Leonardo Colombini vê o salário chegar a R$ 22,8 mil, três vezes o vencimento líquido. O valor corresponde ao recebido pelo secretário no mês de junho, segundo tabela divulgada anteontem pelo governo. A pasta de Colombini é a responsável pelo pagamento de salários brutos acima do teto constitucional a 350 servidores, conforme mostrou O TEMPO, com exclusividade, na edição de ontem.
Os jetons também engordam os vencimentos das secretárias de Desenvolvimento Econômico, Dorothea Werneck, e de Planejamento e Gestão, Renata Vilhena, que receberam em junho, respectivamente, R$ 19,78 mil e R$ 16,25 mil. Os outros dois gestores de primeiro escalão que recebem jetons de estatais são Antônio Jorge, da Saúde, e Gustavo Castro, da Governadoria.
Além dos secretários, a intendente da Cidade Administrativa, Kennya Kreppel, cinco secretários adjuntos, três subsecretários e o diretor-presidente do Escritório de Prioridades Estratégicas, Tadeu Barreto, também recebem vencimentos extras por participarem de conselhos (veja quadro abaixo).
No caso do secretário adjunto de Fazenda, Pedro Meneguetti, os jetons do BDMG e da MGI elevam o salário a R$ 21,49 mil, pouco menos do que o chefe da pasta.
Na trave. Por R$ 1.500, uma assessora especial da secretaria de Fazenda não ultrapassa o teto do funcionalismo público - salário dos ministros do Supremo, de R$ 26,7 mil. A servidora tem salário líquido de R$ 24 mil, mas por participar do conselho da Prodemg, ela recebe mais R$ 1.200, fazendo o salário chegar a R$ 25,2 mil no mês de junho, de acordo com a tabela divulgada pelo governo.
Fonte: O Tempo (2.ago.2012) | Autora: Aline Labbate | Foto: Renato Cobucci/Secom
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