quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Tesouro divulga o relatório Aspectos Fiscais da Seguridade Social no Brasil.

Documento mostra que déficit previdenciário é crescente e precisa ser enfrentado para garantir a sustentabilidade do sistema



O Tesouro Nacional publicou na quarta-feira (29/11) o relatório "Aspectos Fiscais da Seguridade Social no Brasil". O texto mostra, com tabelas e gráficos, que o déficit da Seguridade Social não apenas existe, como vem se agravando desde 2007, resultado de um crescimento das despesas mais acelerado do que o das receitas. A Desvinculação de Receitas da União (DRU) não pode ser responsabilizada por essa situação.
 
As projeções mais atualizadas apontam que, se nada for feito, em 2060 o déficit do RGPS alcançará 11,3% do PIB, exigindo um aumento da carga tributária de 8,5% do PIB para ser financiado. A situação previdenciária no Brasil, portanto, precisa ser enfrentada por uma reforma definitiva que garanta a sustentabilidade do sistema no médio e longo prazos.
 
O documento faz parte de uma série de relatórios que serão divulgados futuramente e que vão tratar de temas como as estatais federais, a relação entre o Tesouro Nacional e o Banco Central, os ativos e passivos da União e os programas Fies e ProUni.
 
O objetivo dessas publicações é apresentar para a sociedade, numa linguagem acessível, estatísticas relevantes produzidas pelo Tesouro, contribuindo para o debate e o fortalecimento da mensagem de responsabilidade fiscal da instituição. 
 
Fonte: STN - Secretaria do Tesouro Nacional

TCU: Superfaturamento em contratos do Ministério da Fazenda causa dano ao erário de R$ 2 milhões.

Foram identificados funcionários fantasmas pela fiscalização do TCU, relatada pelo ministro Aroldo Cedraz, que apontou superfaturamento em contratos com empresa que prestava serviços de assessoria de imprensa


Fiscalização realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) constatou superfaturamento nos contratos firmados desde 2011 entre o Ministério da Fazenda (MF) e a empresa que prestava serviços de assessoria de imprensa. A auditoria, no âmbito do processo 036.225/2016-9, foi motivada por solicitação do Congresso Nacional, baseada em matéria veiculada por revista de circulação nacional. A principal irregularidade apontada no trabalho relatado pelo ministro do TCU Aroldo Cedraz é referente a fraudes na prestação de contas pela empresa contratada, com a apresentação de funcionários fantasmas para justificar os valores pagos.
 
O TCU constatou que havia trabalhadores da empresa citados como prestadores de serviços ao MF mas que trabalhavam em regime de dedicação exclusiva em contratos com a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A jornada de trabalho de alguns funcionários chegava a exceder vinte horas diárias.
 
A quantificação dos trabalhadores nos contratos é especialmente importante porque a remuneração deveria ocorrer com base na quantidade de horas trabalhadas em cada item, com valores unitários diferentes e de acordo com a atividade desenvolvida.
 
A conclusão do TCU foi de que houve superfaturamento na execução contratual devido aos funcionários que foram pagos mas que não prestaram os serviços. O dano ao erário, calculado em R$1,7 milhão, sem atualização, foi equivalente à diferença entre o valor das horas efetivamente trabalhadas e o total pago em cada fatura. Será realizada tomada de contas especial (TCE) para especificar a responsabilidade de cada gestor.
 
O relator do processo no TCU, ministro Aroldo Cedraz, comentou, no Acórdão 2444/2017 – TCU – Plenário, que “foi indiscutível o enriquecimento sem causa da empresa às custas de recursos federais, agindo de forma fraudulenta”.
 
Os ex-gestores do contrato no MF deverão restituir aos cofres públicos a quantia de R$ 1,7 milhão, a ser atualizada no momento da quitação, e terão suas responsabilidades apuradas no processo específico de TCE.
 
Tomada de contas especial (TCE)
 
É um processo administrativo devidamente formalizado, com rito próprio, para apurar responsabilidade por ocorrência de dano à administração pública federal. O objetivo é obter o respectivo ressarcimento dos danos aos cofres públicos. Essa dinâmica tem por base a apuração de fatos, a quantificação do dano, a identificação dos responsáveis, sempre respeitando as garantias ao contraditório e à ampla defesa. Entenda mais aqui.

Fonte: ATRICON - Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil

Tribunais de Contas lançam ferramenta para fiscalizar as metas da educação.

Comunidade também pode acompanhar situação das cidades, dos Estados e do país

 
O software TC educa permite aos Tribunais de Contas (TCs) de todo o país verificar se as ações previstas nos planos de educação estão sendo atendidas pelos gestores públicos. A ferramenta foi lançada durante o Congresso Nacional dos TCs, realizado em Goiânia, entre os dias 22 e 24 de novembro.
 
Os resultados extraídos das bases de dados pelo software subsidiarão as ações de fiscalização dos órgãos de controle. O sistema também emitirá alertas aos gestores que estiverem descumprindo alguma meta do plano de educação ou que apresentarem média anual de avanço insuficiente ao seu atendimento no prazo estipulado. Os planos de educação contemplam 20 metas e 254 estratégias que dizem respeito à garantia do direito à educação básica com qualidade, à universalização do ensino obrigatório, à atenção à diversidade, à valorização dos profissionais da educação e à ampliação do acesso ao ensino superior público. Acesse a ferramenta em: https://pne.tce.mg.gov.br. A cartilha com informações gerais sobre o TC educa pode ser acessada em: www.irbcontas.org.br/cartilhatceeduca.
 
O software permite visualizar a situação de cada uma das metas de acordo com os indicadores, apresentando os percentuais do Brasil e do Estado ou Município selecionados, permitindo uma comparação entre eles. Além disso, demonstra o histórico da meta escolhida. Inicialmente o software contempla informações referentes às metas 1 e 3. A primeira determinava a universalização do acesso de crianças de 4 e 5 anos à educação infantil até 2016 e prevê o atendimento de 50% das crianças de zero a 3 anos em creches até 2024. A meta 3 estabeleceu que até 2016 deveria se dar a universalização do acesso à escola de jovens de 15 a 17 anos, determinando que 85% deles estejam matriculados no ensino médio até 2024.
 
As metas foram selecionadas por serem consideradas as mais críticas dentro da educação básica, seja por estarem aquém quanto ao atendimento, seja por já terem prazos de cumprimento ultrapassados. De forma gradual, o software será atualizado para contemplar as 20 metas do PNE nos âmbitos municipal, distrital e estadual.
 
Quase a totalidade dos 5.565 Municípios brasileiros conseguiu estruturar um planejamento local específico para os próximos 10 anos (2014-224), enquanto que no PNE passado (2004-2014), apenas 1.634 Municípios declararam possuir planos municipais aprovados e em execução.  O software faz parte de uma série de ações lançadas  por um Grupo de Trabalho formado por representantes de Tribunais de Contas do País e de Ministérios Públicos de Contas, criado pelo Instituto Rui Barbosa, Associação de Membros de Tribunais de Contas, Ministério da Educação e Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.
 
Entre as ações lançadas pelo Grupo, destacam-se também a adoção da matriz de fiscalização municipal, distrital e estadual; a oferta de questionário para a elaboração de diagnósticos; e a indução da transparência das informações entre os gestores para estimular o controle social. Outra medida proposta é a formação de uma rede de cooperação entre organizações, como conselhos de Educação e Tutelares, Defensoria Pública e Ministério Público. Acesse a íntegra das ações em www.irbcontas.org.br/relatoriofinalpne.
 
Acesse o vídeo de divulgação em: https://www.youtube.com/watch?v=rg2xpmOjxLY.
 
Fonte: ATRICON - Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil


quarta-feira, 29 de novembro de 2017

TCMSP realiza encontro técnico com presidente do IBRAOP.


O presidente do Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras Públicas (IBRAOP), Pedro Jorge Rocha de Oliveira, esteve no TCMSP para um encontro técnico com servidores de diversos Tribunais de Contas do Brasil. O evento aconteceu na terça-feira, 21 de novembro, e teve o propósito de apresentar aos participantes o Projeto de Elaboração de Procedimentos de Auditoria de Obras Públicas, novo programa do IBRAOP em parceria com o Instituto Rui Barbosa e os Tribunais de Contas.

Essa novidade visa desenvolver manuais de referência que uniformizem os procedimentos de auditoria. Os temas escolhidos detalharão especificamente aspectos técnicos de engenharia e de arquitetura que possibilitem avaliações operacionais das obras.

Segundo Fernando Celso Morini, agente de fiscalização do TCMSP e membro do Conselho Deliberativo do IBRAOP, "os procedimentos de auditoria desenvolvidos são muito importantes para a temática dos resíduos sólidos urbanos", por exemplo. O projeto permite conhecer os mecanismos e práticas de auditoria e inspeção dos órgãos de controle externo e interno do Brasil e, na medida do possível, do exterior; analisar as práticas identificando as melhores soluções já implementadas; uniformizar conceitos sobre as atividades de controle relativas a obras públicas; disseminar os procedimentos de auditorias aos Tribunais de Contas mediante publicação técnica; subsidiar e capacitar os TCs na implementação dos processos de controle de obras e na utilização das novas técnicas.

O encontro se estendeu até o dia 23 de novembro e teve como resultado a documentação de vários procedimentos de auditoria para os resíduos sólidos urbanos.

O IBRAOP é uma sociedade civil de direito privado e de âmbito nacional, que agrega, assim como o CREA, engenheiros, arquitetos e agrônomos. A entidade é responsável pela atuação desses profissionais que integram a área pública e prezam pelo bom desenvolvimento dos empreendimentos desse setor.
 
Fonte: TCMSP (Tribunal de Contas do Município de São Paulo)

TCE-SP lança revista com relatório das contas de 2016 do Governo de SP.


O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP) lançou uma edição especial da Revista do TCE com a prestação de contas do Governo do Estado de São Paulo referente ao exercício de 2016. O material está disponível para leitura e download no link https://goo.gl/jdJWkv. Os números impressos, em produção na Imprensa Oficial do Estado (Imesp), serão distribuídos a autoridades estaduais, municipais e federais por mala direta.
 
Sob a coordenação editorial do Conselheiro Renato Martins Costa, a edição 140 da revista traz os principais tópicos da sessão plenária em que as contas, relatadas pelo Conselheiro-Decano Antonio Roque Citadini, receberam parecer favorável - com ressalvas - do colegiado. Com o apoio de gráficos e planilhas, a revista destaca as principais informações do relator sobre a conjuntura econômica, o planejamento das receitas e despesas, as aplicações no Ensino e na Saúde e os gastos com precatórios e pessoal.
 
O novo exemplar da publicação inclui ainda o detalhamento das auditorias operacionais em nove programas e ações desenvolvidos pelo Estado. As fiscalizações foram feitas pelo TCE nas Secretarias da Segurança Pública, Educação, Meio Ambiente, Habitação e na Vigilância Epidemiológica (com foco na prevenção e controle da dengue, zika e chikungunya).
 
Também integram o número os pareceres dos órgãos técnicos sobre as contas e íntegra da declaração de voto. O leitor poderá acompanhar as notas taquigráficas da sessão, com todos os comentários dos demais conselheiros.
 
Fonte: TCE-SP (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo)

Código de Ética Profissional do Contador está em audiência pública.


A minuta do novo Código de Ética Profissional do Contador (CEPC) foi disponibilizada, a partir do dia 24 de novembro, no site do CFC, para audiência pública. Até o dia 24 de fevereiro de 2018, os profissionais podem conhecer e opinar sobre o conteúdo que revoga a Resolução CFC nº 803/1996 – e alterações posteriores – e transforma o Código na Norma Brasileira de Contabilidade Profissional Geral (NBC PG) 01.
 
A minuta da Norma, que tem por objetivo fixar a conduta do contador, quando no exercício da sua atividade e nos assuntos relacionados à profissão e à classe, está de acordo com os padrões internacionais de ética da profissão contábil. O Código se aplica também às prerrogativas profissionais dos técnicos em contabilidade.
 
As alterações no conteúdo do Código de Ética Profissional do Contador foram estudadas e propostas por uma comissão, instituída pela Portaria CFC nº 45, de 6 de abril de 2017, composta pelo vice-presidente de Fiscalização do CFC, Luiz Fernando Nóbrega; pelo conselheiro do CFC Paulo Schnorr e pelos contadores Rui Cadete (RN), Mário Lúcio Gonçalves Moura (MG) e Roberto Schulze (ES).
 
De acordo com Schnorr, quando aprovada, a NBC PG 01 vai alterar também, de forma significativa, o Manual de Fiscalização do Sistema CFC/CRCs, uma vez que contempla hipóteses que, anteriormente, não estavam previstas. “A Norma dá uma nova visão a respeito das possíveis infrações cometidas pelos profissionais, com enquadramentos que visam coibir a atuação indevida”, afirma o conselheiro.
 
Relator da minuta na comissão, Schnorr cita como exemplos de condutas indevidas o assédio à clientela e a apresentação de propostas em desacordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC).
 
O vice-presidente Luiz Fernando Nóbrega, coordenador da comissão, ressalta que o principal objetivo da atualização do Código é tornar a questão comercial da profissão mais igualitária. “Temos conhecimento de determinadas empresas que se valiam de estratégias de marketing agressivas e até ilusórias para conseguir clientes”, afirma ele, acrescentando que, no novo Código de Ética, estão previstas situações para se coibir abusos, como ludibriar terceiros com propostas de preços irrisórios de serviços.
 
“O Código atualmente vigente já traz instruções para formulação de preços, mas temos que levar em consideração também o vulto, a complexidade, a localização do cliente e uma série de outros aspectos. A ideia é que isso tudo venha para a proposta de prestação de serviço”, informa o vice-presidente de Fiscalização.
 
Para Nóbrega, não se pode ofertar um serviço sem conhecer efetivamente o perfil do cliente. “Isso vem ocorrendo, numa guerra comercial desigual”, destaca.
 
“É preciso deixar claro que nós não somos contra os avanços da tecnologia, mas é nosso papel atuar para que a concorrência seja leal”, conclui o vice-presidente.

Como participar

Para conhecer a minuta da NBC PG 01 - Código de Ética Profissional do Contador, clique AQUI.
 
As sugestões e os comentários devem ser remetidos ao CFC apenas pelo email ap.nbc@cfc.org.br, fazendo referência à minuta. As contribuições enviadas durante a audiência serão consideradas públicas, a menos que o profissional, expressamente, solicite sigilo.
 
Fonte: CFC - Conselho Federal de Contabilidade

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Auditoria vai apurar obras federais paralisadas há mais de um ano.

A fiscalização do TCU será no Ministério do Planejamento para elaborar diagnóstico das obras federais paradas há mais de um ano. O resultado integrará o Fiscobras 2018. A relatoria é do ministro Vital do Rêgo


O Tribunal de Contas da União (TCU) vai realizar auditoria no Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão para elaborar um diagnóstico das obras financiadas com recursos federais que estão paralisadas há mais de um ano. O resultado deverá ser incluído no próximo plano de fiscalização de obras públicas do TCU, o Fiscobras 2018.
 
A decisão foi tomada pelos ministros da Corte de Contas, em sessão plenária de 8 de novembro, e consta do Acórdão 2.451/2017. Trata-se de deliberação a respeito do Processo 013.444/2017-4, relatado pelo ministro do TCU Vital do Rêgo.
 
A auditoria permitirá que o Tribunal possa fornecer subsídios que devem colaborar com o aprimoramento da aplicação de recursos do Orçamento da União para a execução de obras públicas, assim como identificar os pontos que dificultam a conclusão dos empreendimentos no tempo previsto.
 
O trabalho do TCU deverá conter, ainda, os motivos elencados pelos gestores para a paralisação das construções listadas; a data em que o empreendimento recebeu recursos pela última vez; e o percentual de execução física e financeira dos contratos de execução das obras.
 
Fonte: TCU - Tribunal de Contas da União

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Rio Grande do Sul: Sistema Custos como prática de contabilidade aplicada ao setor público é tema de palestra em Santa Catarina.

 
O Conselho Regional de Contabilidade de Santa Catarina (CRCSC) realizou o 5º Seminário de Práticas de Contabilidade Aplicada ao Setor Público nos dias 09 e 10 de novembro, em Florianópolis. Liege Munhós de Campos, chefe da Divisão de Custos e Controles Especiais – DCC/CAGE, foi uma das palestrantes do evento.
 
A palestra “A apuração sistematizada dos custos dos serviços públicos – A Experiência do Estado do Rio Grande do Sul” falou sobre a visão gaúcha na prática da contabilidade de custos aplicada à administração pública.
 
“Alguns municípios de Santa Catarina, como Joinville, já estão implantando custos; e os desafios são os mesmos: a falta de apoio da alta administração e de uma cultura da análise de custos na área pública, especialmente as adaptações que são necessárias frente às peculiaridades do setor público, tem demonstrado que esta é uma tarefa desafiadora para os governos”, destaca Liége.
 
O Sistema Custos/RS vem sendo desenvolvido pela CAGE desde 2001 e consolidou-se com o Decreto Estadual 49.766, de 30 de outubro de 2012.
 
Informações para a imprensa:
 
Assessoria de Comunicação da Cage-RS
E-mail: tamarad@sefaz.rs.gov.br; cage@sefaz.rs.gov.br
Telefone: (51) 3214-5200
Site: 
http://cage.fazenda.rs.gov.br
 
Mais informações sobre o Conaci:
 
Ane Ramaldes
Assessora de Comunicação
E-mail: comunicacao@conaci.org.br
Telefone: (21) 97500-4402

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Publicada nova alteração da Portaria 163 para despesas orçamentárias de 2018.


A Confederação Nacional de Municípios (CNM) informa aos gestores municipais que foi publicada uma portaria conjunta da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e da Secretaria de Orçamento Federal (SOF). O texto faz alterações na Portaria Interministerial STN/SOF 163/2001, que entrou em vigor no dia 30 de outubro. Seus efeitos devem ser aplicados na execução da Lei Orçamentária de 2018 e, quando couber, na elaboração do respectivo projeto de lei.

Como observa a CNM, foram incluídas três mudanças na Portaria 163: (i) a modalidade de aplicação 92 - aplicação direta de recursos recebidos de outros entes da federação decorrentes de delegação ou descentralização; (ii) o elemento de despesa 40 – serviços de tecnologia da informação e comunicação (pessoa jurídica); e (iii) a alteração do conceito e especificação do elemento de despesa 39 – outros serviços de terceiros – pessoa jurídica.

No caso da modalidade de aplicação 92, será empregue às despesas orçamentárias realizadas à conta de recursos financeiros decorrentes de delegação ou descentralização de outros entes da federação para execução de ações de responsabilidade exclusiva do ente delegante ou descentralizador.

O novo elemento de despesa 40 diz respeito às despesas orçamentárias decorrentes da prestação de serviços por pessoas jurídicas para órgãos e entidades da administração pública, relacionadas à tecnologia da informação e comunicação, não classificadas nos outros elementos de despesas já existentes.

Já a alteração do conceito e especificação do elemento de despesa 39, exclui as despesas orçamentárias da prestação de serviços de pessoas jurídicas relativas aos serviços de tecnologia da informação e comunicação.

Os gestores que tiverem dúvidas ou precisarem de esclarecimentos podem buscar a área de Contabilidade da CNM.

Acesse a portaria 163 aqui

Fonte: CNM - Confederação Nacional de Municípios

Projeto do Conselho de Gestão Fiscal avança no Congresso Nacional.


Foi aprovado no dia 22 de novembro, na Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei nº 3.744/2000, que institui o Conselho de Gestão Fiscal (CGF) e dispõe sobre sua composição e forma de funcionamento.
 
Uma das principais diferenças do projeto atual, de autoria do Deputado Hildo Rocha (PMDB/MA), está na defesa de que o Conselho de Gestão Fiscal seja efetivamente constituído por representantes de todas as esferas de Governo e que seus membros sejam indicados pelas respectivas entidades relacionadas no projeto, como a Associação de Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon) e a Confederação Nacional de Municípios (CNM), representando os interesses dos Municípios brasileiros.
 
O Conselho de Gestão Fiscal está previsto no art. 67 da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), mas, decorridos mais de 17 anos, sua criação nunca foi concretizada, apesar das inúmeras iniciativas do Parlamento brasileiro.
 
Como a LRF dispõe que a composição e a forma de funcionamento do CGF depende de uma Lei que o regulamente, na ausência dessa regulamentação, todo o poder tem sido concentrado no Poder Executivo Federal, mais particularmente na Secretaria do Tesouro Nacional (STN), que é o órgão central de contabilidade da União.
 
Experiência internacional

Até o ano de 2013, havia 29 Conselhos de Gestão Fiscal instituídos no mundo, dos quais 16 foram criados após a crise financeira mundial de 2008. Para o FMI, a criação de um conselho independente para avaliar a política fiscal pode resultar em um desempenho fiscal mais forte e em melhores previsões macroeconômicas e orçamentais, desde que estas sejam bem elaboradas.
 
Pesquisas mostram que a quantidade de membros nos Conselhos de Gestão Fiscal instituídos em outros Países não varia muito, havendo no mínimo dois e no máximo 13 membros em cada órgão, com experiências profissionais nas áreas de Política Fiscal, Economia, Auditoria, Mercados Financeiros e Finanças Públicas.

Na opinião dos especialistas brasileiros, a ausência do Conselho de Gestão Fiscal é uma das principais razões que levaram o País a se enveredar por "medidas fiscais criativas", que contribuíram para o comprometimento da credibilidade da gestão fiscal em seus três níveis de Governo.
 
A expectativa é que com a concepção do CGF sejam desenvolvidas estratégias que atendam as diferentes realidades dos entes subnacionais brasileiros, cujas decisões considerem a escassez de recursos públicos e o custo benefício das ações exigidas.

O projeto agora segue para a Comissão de Constituição e Justiça, e a CNM convoca o apoio de todas as instituições para que o mesmo seja aprovado ainda este ano.
 
Clique aqui e conheça a versão do projeto aprovado (a partir da página 7).
 
Fonte: CNM - Confederação Nacional de Municípios

Piauí: CGE capacita servidores para atuar nos controles internos dos órgãos estaduais.


Os órgãos e entidades do Governo do Estado do Piauí possuem núcleos de controles internos que ajudam a Controladoria-Geral do Estado (CGE) no trabalho de assessoramento ao gestor e controle das despesas para a qualidade do gasto público. Com o propósito de unificar procedimentos e estabelecer o uso do Sistema de Controle Interno em todos os órgãos do Governo, a CGE iniciou o Curso de Formação para Controladores Internos.


Esta é a primeira capacitação que a CGE promove para formar controladores internos nos órgãos. A capacitação iniciou em 20/11 com representantes de 12 órgãos e ocorrerá até a sexta-feira (24).


O controlador-geral do Estado, Nuno Bernardes, que fez a abertura do curso, explicou a importância de aprimorar o conhecimento desses servidores. "Por força do normativo estadual, os servidores dos Núcleos de Controle Interno são tecnicamente subordinados à Controladoria-Geral do Estado. Então é importante que, cada vez mais, eles estejam atuando preventivamente nos órgãos sob a tutela da Controladoria, uma vez que são um braço da CGE nos órgãos, para ajudar a primar pela qualidade da gestão pública”.


De acordo com o gerente de Controle Interno da CGE, Márcio Rodrigo Souza, se faz necessária a padronização das atividades dos núcleos para obter melhores resultados. ”Constatamos que não havia nos órgãos e entidades do Poder Executivo, uma padronização, um entendimento único sobre o que fazer, como fazer e qual a melhor forma de garantir a eficiência do gasto público. Por isso entendemos que para termos um sistema integrado de controle interno, precisávamos fazer um curso de formação para que todos os agentes públicos que atuem nessa área tenham a oportunidade de discutir as ferramentas e metodologias para atuar de maneira uniforme e eficiente, buscando sempre a qualidade do dinheiro público”, explicou Márcio Rodrigo, que ministrou a primeira aula da capacitação.


O curso de formação para controladores internos é dividido em cinco partes, onde serão abordados os fundamentos da Controladoria Pública; controles nas licitações e contratações públicas; execução dos contratos ou execução orçamentária-financeira; e Sistema Integrado de Controle Interno. Ao final do curso os servidores serão avaliados para certificar as pessoas habilitadas a exercer a atividade de controle nos órgãos.


Participam da capacitação desta semana servidores da Secretaria de Segurança Pública, Fundação Antares, Secretaria de Educação, Emgerpi, Emater, Maternidade Dona Evangelina Rosa, Polícia Militar, Secretaria de Fazenda, Detran, Secretaria de Saúde, DER e Controladoria-Geral do Estado.
 

Informações para a imprensa:

Assessoria de Comunicação da CGE-PI
Telefone: (86) 99941 9019 | (86) 3211 0590 | (86) 3211 0770
E-mail: anavirginia@cge.pi.gov.br; jorn.virginiasantos@gmail.com


Mais informações sobre o Conaci:

Ane Ramaldes
Assessora de Comunicação
E-mail: comunicacao@conaci.org.br
Telefone: (21) 97500-4402

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Abertas inscrições para curso “Entendendo o SIOPE”.


Estão abertas as inscrições para o curso “Entendendo o SIOPE”, promovido pelo Grupo de Trabalho Atricon-IRB do Plano Nacional de Educação. O treinamento será realizado no dia 30 de novembro, das 8h30 às 17h30,  na sede do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), em Brasília (DF).
 
A programação pode ser acessada aqui.
 
A atividade faz parte da execução do Acordo de Cooperação Técnica Nº 2/2017 celebrado entre o FNDE, Atricon e IRB, visando construir a validação dos dados do SIOPE. Há 40 vagas gratuitas, exclusivas para técnicos dos Tribunais de Contas, que deverão ser solicitadas pelo e-mail irb.1vicepresidencia@gmail.com até o dia 27 de novembro.
 
Fonte: ATRICON - Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Ferramenta permitirá cidadão controlar gastos públicos.


O quanto já foi pago por uma obra, quanto está sendo investido em saúde, onde o dinheiro está sendo aplicado. Essas e outras informações serão disponibilizadas ao cidadão através do "Mira Cidadão". Desenvolvido pelo próprio governo de Mato Grosso, o portal com informações em tempo real deve estar disponível ao cidadão ainda este mês.
 
O controlador geral do Estado Ciro Rodolpho Gonçalves explica que há um ano o Mira passou a ser desenvolvido na versão cidadão. "O Mira Cidadão é muito mais que um portal de transparência. Ele é uma ferramenta de interação do cidadão com o gasto público. Mostrar ao cidadão o que está sendo feito com dinheiro público. Deixar ao cidadão em tempo real o caminho para o dinheiro público".

A Controladoria já vinha desenvolvendo um projeto de intensificar a capacidade de controle eletrônico através do cruzamento de banco de dados. O projeto surgiu há cinco anos, batizado de Monitoramento Inteligente de Risco em Auditoria (MIRA). "O governador determinou que se essa ferramenta serve para controle da CGE, dos auditores e do Governo, tem que servir também para o cidadão, é claro que em uma linguagem clara", explica.

Com a nova ferramenta que vai ser lançada ainda este mês o cidadão pode conhecer o dinheiro aplicado na área da saúde, educação, segurança e as despesas públicas. O cidadão pode conhecer o tipo de despesa. "Ao pesquisar combustível, por exemplo, ele pode ter acesso às empresas, as despesas. Funciona tipo Google. É um dado transparente, um dado público", diz Ciro Rodolpho.

O controlador geral frisa ainda que com o Mira o cidadão controlador vai ver o gasto. "Vai perguntar por que gastou tanto com evento, tanto com medicamento. A transparência é trazer o cidadão para o controle", ressalta.

Ciro diz ainda que grande parte da corrupção que ocorreu se tivesse uma transparência mais robusta não tinha passado tanta coisa. Além disso, a nova ferramenta traz um espaço para o cidadão fazer uma interação de controlador. Além de reportar se tiver problema na ferramenta, o cidadão pode também fazer denúncias e sugestões. "Ai a pessoa vai falar, CGE, dá uma olhada nisso. Ele pode pedir, por exemplo, uma cópia de contrato. Transparência não tem que ser só um site", confirma.
 
Fonte: Organização Contas Abertas (www.contasabertas.com.br)

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Contas públicas: é preciso uniformizar entendimentos.

Por: Prof. Jorge de Carvalho



O Brasil é composto por 5.570 municípios, 26 estados, o Distrito Federal e a União. É comum que cada um desses Entes tenha a sua organização administrativa própria, para fazer jus às suas necessidades de autogoverno. O Município de São Paulo, por exemplo, possui mais de 70 órgãos e 130 unidades orçamentárias, 5 autarquias, 2 fundações, uma empresa estatal dependente e 8 independentes, além da Câmara de Vereadores e do Tribunal de Contas do Município, estrutura necessária para gerir os mais de 50 bilhões de orçamento anual da maior cidade do país.

Cada um desses órgãos e entidades é responsável pelo registro dos atos e fatos ocorridos no seu cotidiano. Assim, a responsabilidade primária da correta representação patrimonial, orçamentária e financeira é da própria entidade governamental que efetua o registro contábil da operação.

Com base nos seus registros, cada entidade pública elabora as suas demonstrações contábeis individualizadas. Entretanto, compete ao Tesouro Nacional consolidar os dados de todos os Entes Subnacionais, além dos seus próprios, visando a confecção do Balanço do Brasil, cuja designação técnica é “Balanço do Setor Público Nacional – BSPN”. Esse balanço deve espelhar a situação do país e a sua publicação é anual[1], conforme obrigatoriedade estabelecida pelo art. 51 da Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF.



Ocorre que, num cenário estrutural tão vasto e complexo, não é rara a ocorrência de divergências metodológicas e de entendimentos quando do registro contábil efetuado pelas diversas entidades do setor público. Essas discrepâncias no tratamento contábil prejudicam a geração de informações fidedignas e comparáveis, contribuindo negativamente para a tomada de decisão pelos gestores e para o controle a cargo da sociedade.

Inúmeros são os casos de falta de padronização no registro contábil dos fenômenos administrativos e econômicos no setor público. Há situações das mais simples às mais discutíveis, destacando-se, por exemplo:

- a classificação orçamentária inadequada de despesas, tais como as que se referem a materiais e produtos sob encomenda, nas quais o critério para correto enquadramento é o fato da matéria-prima ser ou não fornecida pela entidade governamental[2];

- o enquadramento orçamentário proposital de despesas com terceirização de mão de obra (natureza de despesa 3.3.90.34) como serviços de terceiros – pessoa jurídica (3.3.90.39), para burlar o cálculo da despesa com pessoal, cujos limites são definidos pela LRF;

- a alocação indevida de despesas de custeio (categoria econômica 3 – Despesas Correntes) como  gastos de capital (categoria econômica 4 – Despesas de Capital), apenas para gerar uma falsa impressão de que a administração pública está investindo, ou simplesmente para burlar leis específicas que proíbem a aplicação de certos recursos vinculados em despesas correntes (com manutenção da máquina pública);

- a pluralidade de tratamentos para o registro da receita de depósitos judiciais amparados pela Lei Complementar nº 151/2015, que são utilizados basicamente para o pagamento de precatórios: há Entes que classificam os recursos como receitas correntes; outros como de capital; e há também os que os enquadram como ingressos extraorçamentários;

- a omissão de reconhecimento de passivos contraídos, mas que não seguiram os trâmites definidos na legislação aplicável, notadamente as Leis Federais nº 4.320/64 e 8.666/93;

- a afetação indevida do resultado econômico do exercício em curso quando do reconhecimento de fenômenos cujo fato gerador se deu em anos já encerrados, e que deveriam, portanto, ser registrados como Ajustes de Exercícios Anteriores;

- o reconhecimento tardio das retenções incidentes sobre serviços contratados, apenas no momento da quitação da obrigação principal, bem como a falta de critério no seu registro (impactos na natureza de informação orçamentária, patrimonial e de controle do Plano de Contas Aplicado ao Setor Público)[3];

- as pendências de contabilização de saídas bancárias desprovidas de documentação de suporte, ou o seu registro de maneiras diversificadas, quando realizado (baixando-se banco contra VPD, ou criando-se outro ativo, representativo de um eventual direito da administração pública pela subtração do recurso não adequadamente comprovada);

- a indefinição quanto à contabilização das transferências voluntárias: se afetam o resultado do exercício quando do seu repasse/recebimento, ou se geram um ativo e um passivo, para o concedente e convenente, de forma respectiva.

Como se não bastassem as dificuldades de uniformização de registro contábil, há também, em alguns casos, a ação proposital de gestores na geração de demonstrativos e relatórios que não resultam, na íntegra, dos dados contábeis existentes. Essa ação deliberada tem o condão de alterar a apresentação de índices, indicadores e resultados, com base em interpretações próprias dos gestores que os manipulam.

Incoerentemente conhecida como “Contabilidade Criativa”, a atitude nada mais é do que uma gestão criativa de resultados, cuja responsabilidade em muitas vezes extrapola os limites de atuação do profissional de contabilidade.

É o caso, por exemplo, da exclusão do imposto de renda retido sobre salários, quando da apuração das despesas de pessoal do Ente, o que acarreta a apresentação de um índice menor do que o real. Há, inclusive, Tribunais de Contas que não só concordam, como estimulam tal prática, o que configura o ápice da problemática posta, já que estes últimos são os responsáveis por atestar a qualidade das contas prestadas pelos seus jurisdicionados.

Para enfrentar os problemas de falta de uniformidade no tratamento da informação contábil e de criatividade da gestão na elaboração de relatórios e demonstrativos, duas ações encontram-se em curso: a primeira é a padronização conceitual de entendimentos e a segunda, reside na implementação de uma ferramenta tecnológica de captura de dados diretamente dos sistemas informatizados de contabilidade das entidades governamentais.

A uniformização conceitual vem ocorrendo no Brasil desde 2008, com a edição da Portaria MF nº 184, marco normativo da adoção dos padrões internacionais de contabilidade aplicada ao setor público pelo país. Já foram convergidas 11 IPSAS, as quais estão sendo gradualmente incorporadas ao MCASP, que é o filtro normativo para aplicação dos padrões internacionais pelos contadores do setor público.



Nesse diapasão, é crucial que os profissionais de contabilidade da área pública invistam permanentemente em capacitação, buscando a qualificação técnica indispensável ao escorreito tratamento da informação passível de registro contábil. Com contadores bem preparados, a tendência é que as divergências de entendimentos sejam minimizadas, resultando em uma entrada de dados mais homogênea e, consequentemente na geração de informação mais uniforme sob o aspecto conceitual.

A outra atitude visa evitar a manipulação de dados quando da elaboração de demonstrações contábeis e relatórios fiscais: trata-se da Matriz de Saldos Contábeis – MSC, uma estrutura padronizada para transferência de informações primárias de natureza contábil, orçamentária e fiscal dos entes da Federação.

Os Entes da Federação, a partir do ano de 2018, deverão encaminhar para o Tesouro Nacional a MSC mensalmente, observando o leiaute definido pela Portaria STN nº 896, de 31/10/2017 e o seguinte cronograma:

- União, estados, Distrito Federal e municípios das capitais dos estados: a partir de janeiro de 2018;

- municípios que possuem regime próprio de previdência, exceto as capitais de estados: a partir de julho de 2018;

- demais municípios: a partir de janeiro de 2019.

A MSC viabilizará a geração automática de relatórios e demonstrativos por meio do SICONFI. Sem a presença do elemento humano no tratamento da informação contábil, os relatórios obedecerão os critérios pré-definidos de alimentação, com base nas contas contábeis integrantes do PCASP. O Tesouro Nacional deve divulgar os resultados gerados de forma ampla, o que fatalmente evidenciará as divergências metodológicas existentes e exporá os Entes à opinião pública, culminando na necessidade de justificativa técnica (e não política) para a manipulação de dados.

Com isto, espera-se que a Federação seja cada vez mais uniforme no que se refere aos procedimentos contábeis, o que contribuirá sobremaneira para a geração de um Balanço do Setor Público Nacional fidedigno e útil aos gestores, aos órgãos de controle e à sociedade.



[2] A classificação orçamentária das despesas é padronizada em âmbito federal pela Portaria SOF/STN nº 163/2001.

[3] A Secretaria do Tesouro Nacional publicou recentemente a Instrução de Procedimento Contábil nº 11, que trata da contabilização das retenções. Disponível em:

domingo, 19 de novembro de 2017

Deputados vão ao exterior sem prestação de contas eficiente.

Casa autoriza 610 viagens internacionais desde 2015 – alta de 41% em relação à legislatura passada; falta clareza na apresentação dos resultados das missões oficiais





A Câmara dos Deputados autorizou de 2015 até este ano 610 viagens internacionais em missões oficiais. Os deslocamentos representam uma alta de 41% se comparados ao mesmo período da legislatura anterior – entre 2011 e 2013 – e quase se iguala ao total de todo o mandato passado (619). O crescimento, porém, não foi acompanhado de um aprimoramento na prestação de contas dos parlamentares que não chegam nem sequer a relatar a programação cumprida fora do País.

Levantamento feito pelo Estado com base nos dados publicados pela Câmara encontrou relatórios genéricos, sem qualquer detalhamento ou apresentação dos resultados das missões. A falta de cuidado na forma como se presta – e se fiscaliza – as viagens faz com que haja documentos que só listam a agenda predeterminada para o roteiro, sem fotos dos encontros, nomes das autoridades visitadas ou a relevância das reuniões para a atividade legislativa desenvolvida no Brasil.

A assessoria da presidência da Câmara, responsável por autorizar os deslocamentos internacionais, não explicou o motivo do aumento das viagens e dos gastos com diárias ou as despesas com passagens aéreas. O órgão orientou o Estado a pedir os dados pela Lei de Acesso à Informação, o que já foi solicitado.

A Câmara liberou, ao todo, a ida a 107 cidades, em 54 países diferentes. No ranking dos destinos mais visitados estão Nova York, Genebra, Paris, Roma, Bruxelas, Londres e Washington. Mas há exemplos também de roteiros realizados em Nassau, nas Bahamas; Addis Abeba, na Etiópia; Praga, na República Checa; e Baku, no Azerbaijão.

Para o professor de Ética e Filosofia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Roberto Romano, a informação do que os parlamentares fizeram em viagens deveria ser mais bem detalhada e transparente. “Em se tratando de dinheiro público, um centavo é um tesouro. Não há o direito de não prestar contas de tudo o que você gastou. Do ponto de vista ético, é preciso prestar contas não apenas formais, ‘eu gastei tanto’ e ‘fiz aquilo’, mas trazer os resultados parciais do que foi discutido para distribuir aos seus pares e à sociedade.” 

Romano também questionou necessidade das agendas no exterior. “Graças à tecnologia, você tem condição de estar online e não presencialmente. O último recurso é a viagem física. Outro ponto: você não precisa de uma comitiva de grande porte, com dez deputados”, disse o professor da Unicamp. 

Os dados mostram, por exemplo, que a comitiva de nove deputados comandada no início do mês pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a Israel, Itália, Portugal e Palestina não é uma exceção. Só neste ano, dos 513 deputados, 134 foram autorizados a deixar o Brasil. 

DESTINOS

Segundo os parlamentares que já viajaram em missões oficiais, a escolha dos destinos não é aleatória, ela tem relação com a localização de uma série de órgãos internacionais, como a sede das Nações Unidas, que fica em Nova York, ou o Parlamento Latino-Americano (Parlatino), localizado na Cidade do Panamá. 

Para autorizar uma viagem internacional, a presidência da Câmara determina que o deslocamento deve seguir a regra do interesse público: deputados podem viajar quando convidados para eventos de Parlamentos de outros países e organismos com os quais a Casa se relaciona. Nessa lista está o Parlatino, que tem como vice-presidente Heráclito Fortes (PSB-PI), o atual campeão de viagens ao exterior.

Desde junho de 2015, o deputado deixou o País em 17 datas – oito delas em 2016. Na primeira vez, esteve em Le Bourget, na região metropolitana de Paris, para participar do 51.º Salão da Aeronáutica e do Espaço. Na última, visitou Nova York e Washington, para tratar de reforma tributária. No cumprimento do atual mandato, ainda passou pela Cidade do Panamá (seis vezes), Roma (duas vezes), Cartagena e Buenos Aires.

“Não fiz turismo, são viagens de trabalho. Imagina um País como o nosso não ter uma participação no Parlatino? Temos de acabar com essa mania de cachorro vira-lata. O Brasil quer ou não ser grande?”, questionou o deputado, um dos nove parlamentares que viajaram recentemente com Maia.

Fonte: Estadão (http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,deputados-vao-ao-exterior-sem-prestacao-eficiente,70002089405)

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Pela primeira vez, PIB cai em todos os estados brasileiros.


A soma dos bens e serviços produzidos no país, o Produto Interno Bruto (PIB) diminuiu em todos os estados brasileiros no ano de 2015. As informações foram divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no dia 16 de novembro. Pela primeira vez, a redução no PIB aparece generalizada em todas as unidades da Federação desde o início da série histórica em 2002.

Os dados mostram que em 2015 o PIB nacional encolheu 3,5% e também apontam uma concentração de riquezas. No mesmo ano, apenas cinco estados responderam por 64,7% do PIB nacional: São Paulo, com 32,4%; Rio de Janeiro (11%); Minas Gerais (8,7%); Rio Grande do Sul (6,4%); e Paraná (6,3%). Entretanto, eles tiveram a participação reduzida no total da economia brasileira em 0,2%, no comparativo com 2014.
 
Os estados com melhor resultado foram influenciados pela agropecuária, mas por outro lado, a indústria de transformação, o comércio e a construção civil puxaram o PIB para baixo, causando uma queda nos percentuais.
 
Uma comparação ente 2014 e 2015, revela que o PIB de São Paulo aumentou 0,2%. Ao mesmo tempo, o estado foi o que apresentou maior perda acumulada ao longo de toda a série histórica. Entre 2002 e 2015, a perda chegou a acumular 2,5 pontos percentual, passando de 34,9% para 32,4%.
 
Ainda na comparação entre os referidos anos, os melhores resultados foram obtidos por Mato Grosso do Sul (-0,3%), Roraima (-0,3%) e Tocantins (-0,4%), com retrações menos acentuadas. As quedas mais acentuadas ocorreram no Amapá (-5,5%), no Amazonas (-5,4%) e no Rio Grande do Sul (-4,6%).
 
Fonte: Agência CNM, com informações da Agência Brasil

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Investimento público volta ao nível dos anos 1990, diz estudo do Senado.



O que a construção de rodovias, rede de esgoto, obras de hospitais e escolas, compra de equipamentos e pesquisas científicas têm em comum? Todas são classificadas pelos economistas como investimentos. Algo que se gasta hoje com o objetivo de obter algum benefício no futuro.
 
Pois a crise econômica recente fará com que o investimento do setor público no Brasil retorne ao patamar (em termos relativos) da década de 1990. É o que diz o economista Rodrigo Orair, diretor da Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão de pesquisa ligado ao Senado Federal.
 
A BBC Brasil teve acesso a um estudo inédito da IFI. O levantamento mostra que, nos governos dos Estados, o nível dos investimentos já retornou ao patamar da década de 1990.
 
O investimento de todos os governos estaduais somados caiu de R$ 57,8 bilhões em 2014 para R$ 28,7 bilhões acumulados em 12 meses até junho de 2017, segundo o levantamento da IFI. De 1994 a 2000, o investimento médio dos Estados ficou em R$ 30,6 bilhões por ano, em valores corrigidos. O investimento dos Estados deve fechar este ano em 0,4% do PIB, que é a soma de tudo que o país produz. Em 2014, a cifra era de 1%.
 
O mesmo deve se repetir no governo federal e nos municípios, segundo Orair, pesquisador que já estudava o tema no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) há quase dez anos, desde 2009.
 
A preocupação com a queda do nível de investimento não deveria ser só de economistas. A falta de investimentos em geração e distribuição de energia ao longo dos anos 1990, por exemplo, fez com que o país enfrentasse um racionamento severo de energia elétrica de julho de 2001 a fevereiro de 2002.
 
O episódio ficou conhecido como crise do "apagão". O economista Delfim Netto chegou a calcular que cada brasileiro perdeu R$ 320 por causa da crise energética.
 
Vai piorar em 2018
 
Em 2017, o que derrubou as contas públicas foi a queda da arrecadação de impostos, após três anos de recessão. Embora a crise tenha acabado oficialmente, a expectativa é que o baque maior nos investimentos venha em 2018.
 
É só no ano que vem que as contas públicas sofrerão os efeitos mais drásticos do Novo Regime Fiscal, conhecido como "PEC do Teto".
 
A PEC do Teto determina que as despesas públicas só podem crescer até o limite da inflação do ano anterior. Como em 2016 a inflação estava relativamente alta (6,29%, segundo o IBGE), o efeito de compressão do Orçamento foi pequeno.
 
Em 2017, a alta de preços deve ser bem menor (abaixo de 3%, segundo o boletim Focus do Banco Central), criando um teto bem mais baixo para os gastos, diz Orair.
 
Segundo o economista Gil Castelo Branco, da ONG Contas Abertas, as indicações de uma queda ainda mais abrupta nos investimentos em 2018 já podem ser vistas no projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) do ano que vem. A Ploa é enviada pelo Executivo ao Congresso e, depois de aprovada, torna-se o Orçamento da União para o ano seguinte.
 
Os investimentos da União previstos na lei de 2017 eram de R$ 129,1 bilhões. Em 2018, caíram para R$ 98,6 bilhões (24% menor). Algumas das áreas mais afetadas, segundo Gil, serão o saneamento básico (32% a menos); o ministério da Educação (37% a menos) e o DNIT (ligado ao ministério dos Transportes), com 25% a menos. Os dados foram apresentados por Gil em uma palestra recente na Fundação Getúlio Vargas (FGV).
 
Prejudicando nossos filhos e netos
 
"Como o investimento tende a beneficiar mais as gerações futuras e não a atual, é geralmente a área mais atingida", diz ele. "O corte no investimento impacta pouco a prestação atual dos serviços. Entre fechar a escola, fechar o hospital, e cancelar a obra, o governo opta pela obra", acrescenta.
 
O problema, diz Orair, é que para retomar os mesmos investimentos mais tarde há gastos adicionais e desperdício.
 
O exemplo mais fresco na memória dos brasileiros talvez seja uma parte das obras de mobilidade urbana criadas para a Copa do Mundo de 2014 - uma parte dos projetos se converteu em esqueletos de concreto sem utilidade. Outras foram inauguradas com atraso de anos. Um exemplo é o Veículo Leve sobre Trilhos de Cuiabá (MT), que já consumiu mais de R$ 1 bilhão e ainda não foi inaugurado.
 
A infraestrutura do país e dos serviços públicos também vai se comprometendo sem novos investimentos. Isto prejudica a capacidade do país de garantir direitos como saúde, educação e outros, diz Gil.
 
Mais despesas obrigatórias
 
"Na realidade já tem algum tempo que as despesas obrigatórias (como salários) crescem continuamente, comprimindo as demais, principalmente os investimentos", explica Gil. Segundo ele, cerca de 90% das despesas primárias (isto é, sem contar a dívida pública) são obrigatórias.
 
Segundo Rodrigo Orair, o investimento público no país está em trajetória de queda (relativamente ao tamanho do PIB) desde os anos 1980. Chegou ao nível mais baixo em 2003 e 2004, no começo do governo do ex-presidente Lula (PT), quando houve forte ajuste fiscal. E se recuperou desde aquela época até o começo da crise, em 2015.
 
Em nota à reportagem da BBC Brasil, o Ministério do Planejamento informa que o governo teve de cortar despesas depois que a arrecadação em 2017 ficou abaixo do previsto no Orçamento. "Observado o fraco desempenho das receitas públicas e em busca de assegurar o cumprimento das metas fiscais, o governo federal se viu obrigado a fazer contingenciamentos de recursos", diz o texto.
 
"Como, hoje, mais de 90% do orçamento federal corresponde a despesas obrigatórias ou não contingenciáveis, resta ao governo a obrigação de contingenciar os outros menos de 10% que corresponde a despesas de custeio e a despesas discricionárias (a maior parte delas diz respeito ao funcionamento da máquina pública)", diz o texto do Planejamento.
 
Fonte: André Shalders - Da BBC Brasil em São Paulo