segunda-feira, 28 de junho de 2021

TCMSP disponibiliza no Portal resumos de seus relatórios de auditoria.


O Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCMSP), por meio da Subsecretaria de Fiscalização e Controle (SFC), passou a disponibilizar em seu Portal na internet, a partir de maio, resumos dos seus principais relatórios técnicos. Os resumos produzidos contemplam as principais conclusões dos relatórios e buscam apresentar, em linguagem acessível, a importância dos temas abordados para a sociedade.

Até o momento já foram publicados 7 (sete) resumos de auditorias ou fiscalizações cujos relatórios já se encontravam disponíveis na internet para consulta. Além do resumo, também são disponibilizados nas publicações o relatório completo e a defesa ou manifestação apresentada pelos órgãos auditados.

Os resumos publicados estão disponíveis na seção “Relatórios em destaque” do Portal do TCMSP ou pelo link.

Fonte: TCMSP - Tribunal de Contas do Município de São Paulo

sexta-feira, 25 de junho de 2021

Entidades Executoras que não receberam recursos do Pnae devem regularizar sua situação.

Medida serve para restabelecer o repasse dos valores do Programa Nacional de Alimentação Escolar


O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), publicou informes para orientar as Entidades Executoras que não receberam recursos federais do programa em 2021 para que regularizem sua situação e restabeleçam os repasses.

São três as situações que forçam a suspensão das transferências do Pnae: inadimplência com prestação de contas; não constituição do respectivo Conselho de Alimentação Escolar (CAE) ou mandatos de conselheiros vencidos; e ausência de cadastro de nutricionista responsável técnico pelo Pnae nos sistemas do FNDE.

Disponíveis no portal eletrônico da autarquia, os informes 5 e 6, de 2021, trazem orientações para que estados e municípios com problemas relativos ao CAE possam regularizar sua situação, como informações sobre o processo de renovação dos conselhos. Já o informe n° 4 apresenta instruções para os entes federativos resolverem pendências com a prestação de contas do programa.

Com relação à ausência de cadastro de responsável técnico pelo Pnae, as Entidades Executoras devem proceder à inclusão do referido nutricionista nos sistemas do FNDE. Para mais informações, basta entrar em contato pelo e-mail cgpae@fnde.gov.br.

Fonte: FNDE - Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação

quinta-feira, 24 de junho de 2021

NBC TSP em pauta discutirá as normas 05 a 10 no mês de julho.


O projeto "NBC TSP em pauta" continuará a ser realizado no próximo mês de julho, com a discussão de mais 6 Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas do Setor Público (NBC TSP), contando com a presença de convidados com larga experiência na área governamental contábil.

Os professores Manuel Filho, Lucy Freitas, Vitor Maciel e Janilson Suzart estarão presentes nos debates do aludido mês, tendo como foco as normas:

- NBC TSP 05: contratos de concessão de serviços públicos - concedente;

- NBC TSP 06: propriedade para investimento;

- NBC TSP 07: ativo imobilizado;

- NCB TSP 08: ativo intangível;

- NBC TSP 09: redução ao valor recuperável de ativo não gerador de caixa;

- NBC TSP 10: redução ao valor recuperável de ativo gerador de caixa.

Os encontros ocorrerão ao vivo, sempre às quartas-feiras, das 19h30 às 20h30, exclusivamente pelo Instagram @professorjorgedecarvalho. Os interessados podem encaminhar perguntas durante a realização da live.

Os vídeos gravados dos 4 primeiros episódios (disponíveis no IGTV, podendo ser acessados pelo feed do perfil do Instagram do Prof. Jorge de Carvalho) já tiveram mais de 1.100 visualizações.

Profoco: inscrições abertas, até 4 de julho, para curso sobre avaliação de serviços públicos.

Objetivo é capacitar os participantes sobre ferramentas e conceitos relacionados ao assunto. Aulas serão virtuais e ministradas nos dias 5, 7 e 9 de julho


A Controladoria-Geral da União (CGU), por meio da Ouvidoria-Geral da União (OGU), realizará, nos dias 5, 7 e 9 de julho, das 14h às 17h, via plataforma Teams, o curso virtual “Avaliação de Serviços Públicos”. O objetivo do treinamento é capacitar os participantes a dominarem conceitos e ferramentas relacionadas à avaliação de serviços públicos.

As inscrições podem ser feitas até 4 de julho. Para acessar o formulário e se inscrever, basta clicar neste link. Os certificados estarão disponíveis para quem participar de 80% do curso e for aprovado na avaliação final.

O treinamento integra o Profoco em Casa, programa que oferece treinamentos virtuais sobre temas relacionados à Ouvidoria. O curso é direcionado a profissionais de ouvidoria, ouvidores, integrantes de conselhos de usuários e público em geral. Os inscritos poderão participar por meio de perguntas e questionamentos via Teams.

SERVIÇO

Curso virtual “Avaliação de Serviços Públicos”
Data: 5, 7 e 9 de julho, das 14h às 17h
Inscrição: até 4 de julho. Clique neste link e se inscreva]

Fonte: CGU - Controladoria-Geral da União

Auditoria do TCU aponta superavaliação de R$ 49 bilhões do passivo do regime de previdência da União.



O TCU realizou auditoria financeira para examinar as estimativas contábeis do exercício de 2020 referentes ao passivo atuarial do Regime Próprio de Previdência Social dos Servidores da União (RPPS), do Sistema de Proteção Social dos Militares das Forças Armadas (SPSMFA) e do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), que totalizam cerca de R$ 1,86 trilhão. O trabalho buscou verificar a adequação das estimativas com as normas contábeis e atuariais e com o marco regulatório aplicável.

Entre as principais conclusões da fiscalização, destacam-se a superavaliação de R$ 49,2 bilhões do passivo do RPPS e a subavaliação total de cerca de R$ 52,7 bilhões do passivo do SPSMFA. Também foram identificadas falhas de registro e controles internos, além de distorções que não foram possíveis de quantificar.

O trabalho servirá de insumo para a auditoria do Balanço Geral da União (BGU) de 2020, que fundamenta a emissão do Parecer Prévio sobre as Contas do Presidente da República.


Fonte: TCU - Tribunal de Contas da União

terça-feira, 22 de junho de 2021

Municípios terão restos a pagar de 2019 bloqueados em 30 de junho; CNM explica o que fazer para não perder o recurso.


Diante de dúvidas de gestores municipais sobre os restos a pagar (RAPs) de 2019, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) preparou material explicativo. Segundo a legislação em vigor, os valores serão bloqueados por regra orçamentária. O Decreto 10.535/2020 definiu que os empenhos dos contratos de repasse celebrados em 2019 serão bloqueados automaticamente pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) em 30 de junho de 2021. Assim, os Entes têm até o fim de 2021 para resolver cláusulas suspensivas e evitar o cancelamento do recurso.

A medida valerá para empenhos em resto a pagar classificados em “não processados”. Para que isso não ocorra, eles precisam ser reclassificados, o que ocorre quando há o reconhecimento da dívida que antigamente se dava pela medição da obra ou aquisição. Com o Decreto 10.535/2020 é verificado se o instrumento possui condição de eficácia, ou seja, se não tem cláusula suspensiva.

A CNM ressalta que os empenhos da saúde e os de emendas impositivas não sofrem bloqueios.

Passo a passo

Sob o risco de os Municípios perderem, após 31 de dezembro, os recursos que serão bloqueados agora em 30 de junho, a área técnica de Estudos Técnicos da CNM explica as etapas para reclassificar empenhos:

- Após solucionar cláusulas suspensivas, é necessário solicitar o desbloqueio do empenho até 31 de dezembro de 2021.

- Os empenhos com cláusulas suspensivas e bloqueados sem resolução terão empenhos cancelados no final deste ano.

- Com o instrumento desbloqueado, o Município tem até o fim de 2022 para cumprir os requisitos necessários do contrato para receber os recursos, e com isso terá a liquidação e pagamento.

A CNM acompanha o comportamento dos RAPs inscritos no Orçamento Geral da União (OGU) de cada ano, em relação ao total de RAPs relacionados às transferências de recursos aos Municípios. Em 2021, a soma de repasses pendentes de realização ultrapassa R$ 25,4 bilhões. Desse total, os restos a pagar total (não processados) são de R$ 25 bilhões até 2020.

O que são RAPs

Por definição, os RAPs são despesas empenhadas, mas não pagas até 31 de dezembro de cada ano. O conceito tem relação com os estágios da despesa pública, representados pelo empenho, liquidação e pagamento. Quando o pagamento deixa de ser efetuado no exercício do empenho, procede-se à inscrição em restos a pagar, que podem ser processados ou não processados.

Os processados referem-se às despesas empenhadas e liquidadas que ainda não foram pagas no exercício, enquanto os não processados são aquelas despesas apenas empenhadas, que sequer chegaram a ser liquidadas (efetivamente realizadas).

Mudanças na legislação

O Decreto 10.535/2020 manteve a regra de bloqueio dos RAPs após 18 meses como regra orçamentária. A verificação, no entanto, ocorre agora sobre as pendências e não pelo início da execução do convênio - ou seja, não deve ter cláusulas suspensivas. Assim, o repasse não é automaticamente cancelado. No caso dos RAPs de 2019, os Municípios têm até 31 de dezembro de 2021 para o desbloqueio (ou seja, 24 meses).

Acesse aqui o material explicativo na íntegra.

Fonte: Agência CNM de Notícias (Foto: lkzmiranda por Pixabay)

segunda-feira, 21 de junho de 2021

Inscrições abertas para o I Fórum Internacional de Auditoria do Setor Público.


 
Nos dias 24 e 25 de junho, acontece o I Fórum Internacional de Auditoria do Setor Público, que debaterá o tema “Fiscalização das ações de combate à Covid-19”. O evento é uma realização do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul (TCE-RS), em parceria com o Instituto Rui Barbosa (IRB), o Tribunal de Contas da União (TCU), a Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), o Conselho Nacional dos Presidentes dos Tribunais de Contas (CNPTC), a Associação Nacional dos Auditores de Controle Externo dos Tribunais de Contas do Brasil (ANTC), a Associação Nacional do Ministério Público de Contas (AMPCON), o Conselho Nacional de Procuradores-Gerais de Contas (CNPGC), a Associação Brasileira dos Tribunais de Contas dos Municípios (ABRACOM) e a Associação Nacional dos Ministros e Conselheiros Substitutos dos Tribunais de Contas (AUDICON).

Participarão do Fórum representantes de órgãos de fiscalização e controle da Argentina, Brasil, Espanha, Moçambique, Paraguai e Portugal, além da African Organization of Supreme Audit Institutions (AFROSAI), da Organização Latino-Americana e do Caribe de Entidades Fiscalizadoras Superiores (OLACEFS), da Organização Europeia de Instituições Regionais de Controle Externo do Setor Público (EURORAI) e da Organização Europeia das Instituições Superiores de Auditoria (EUROSAI).

O I Fórum Internacional de Auditoria do Setor Público visa a promover o compartilhamento de experiências entre os órgãos de controle externo durante a pandemia de Covid-19, propiciando o intercâmbio de informações e o aperfeiçoamento dos mecanismos de colaboração entre órgãos fiscalizadores e fiscalizados, a fim de garantir a eficiência e a efetividade na aplicação dos recursos públicos.

Para o presidente do TCE-RS, conselheiro Estilac Xavier, é de suma importância para os gestores públicos e para a sociedade que o controle externo não se restrinja ao apontamento de erros sobre a aplicação dos recursos públicos. “Os Tribunais de Contas podem – e devem – orientar os gestores, particularmente no que diz respeito às novas normativas e legislações relativas ao orçamento público, às dispensas de licitações, aos gastos emergenciais e outras questões surgidas nessa situação de emergência mundial. Saber como estão atuando os órgãos de controles de outros países abre possibilidades de aperfeiçoamento para a nossa própria atuação, especialmente considerando que temos um problema em comum a ser enfrentado – a pandemia”, conclui.

As inscrições de participantes brasileiros, que possuem CPF, devem ser realizadas clicando aqui.

Já para os estrangeiros, o link para inscrições pode ser acessado aqui.

A programação do evento também já está disponível, clique para conferir.

Fonte: Atricon - Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil

quinta-feira, 17 de junho de 2021

TCMSP inicia preparativos para implementação da asseguração da qualidade das fiscalizações realizadas pelo órgão.


No dia 10 de junho, ocorreu a 2ª reunião da equipe designada para realizar a asseguração da qualidade das fiscalizações concluídas pela Subsecretaria de Fiscalização e Controle do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCMSP). O trabalho tem como referência a norma interna publicada em fevereiro deste ano, N-EQ-014.

A NBASP 40, uma das Normas Brasileiras de Auditoria do Setor Público, prevê que os Tribunais de Contas implementem um processo de monitoramento projetado para fornecer segurança razoável de que as políticas e os procedimentos relacionados com o controle da qualidade são relevantes, adequados e operam de maneira efetiva.

A asseguração da qualidade é um procedimento realizado em momento posterior à conclusão das auditorias ou fiscalizações, para verificar se o trabalho foi executado de acordo com todas as normas que regulamentam a atividade. Feito por amostragem, considera trabalhos já finalizados e não se confunde com o controle da qualidade realizado no curso das fiscalizações, efetuado pelos supervisores de equipe, no caso do TCMSP.

A norma interna do TCMSP prevê a realização de ciclos anuais de asseguração. O processo inclui entre as etapas iniciais a definição dos auditores de controle externo que farão parte da equipe de asseguração e da quantidade de fiscalizações que passarão pelo procedimento. Durante a asseguração, os auditores verificarão se todo o processo de planejamento, de execução e de confecção de relatório foi realizado em consonância com os normativos aplicáveis.

No seu 1º ciclo, referente ao ano de 2021, a equipe de asseguração da qualidade efetuará um piloto com base nas fiscalizações de 2020, tendo como objetivo identificar as melhores estratégias de atuação e eventuais limitações. Por este motivo, excepcionalmente não haverá divulgação dos resultados. Após esta experiência, será possível aprimorar o processo de trabalho para 2022, cujo planejamento deve ser divulgado até o mês de março do citado ano. Vale destacar que a asseguração a ser feita em 2022 abrangerá fiscalizações concluídas entre março de 2021 e fevereiro de 2022 e, no caso de auditorias, incluirá na amostra apenas processos já executados conforme o novo Manual, recentemente divulgado por SFC.

Participaram da reunião Luciana Guerra, do Núcleo de Governança e Gestão, João Roberto Lima, da Subsecretaria de Fiscalização e Controle, Luís Guilherme Damiani, da Coordenadoria VIII, Jorge de Carvalho, da Coordenadoria I, Francisco Scattolin, da Coordenadoria IV, e Eduardo Di Pietro, da Coordenadoria VII. O auditor Fredy Miller, da Coordenadoria V, também integra a equipe de asseguração.

Fonte: TCMSP (Tribunal de Contas do Município de São Paulo) - adaptado

quarta-feira, 16 de junho de 2021

CGU oferece curso sobre auditoria governamental a gestores públicos estaduais e municipais.

Objetivo é fomentar a padronização e a utilização de técnicas e conceitos internacionais para a realização das auditorias governamentais, com foco na uso da metodologia adotada pela CGU


A Controladoria-Geral da União realizará, nos dias 16, 17, 22 e 24 de junho, por meio da plataforma Teams, o curso “Instrumentos de Auditoria - Planejamento e Execução dos Trabalhos Individuais”. A iniciativa faz parte do Programa Time Brasil, mantido pela CGU para auxiliar estados e municípios no aprimoramento da gestão pública e no fortalecimento do combate à corrupção. O treinamento é gratuito, aberto para qualquer estado ou município, e não há necessidade de inscrição prévia para participação.

A palestrante será a auditora da CGU Rosemary Zucareli. O objetivo é fomentar a padronização e a utilização de técnicas e conceitos internacionais para a realização das auditorias governamentais, com foco na utilização da metodologia adotada pela Controladoria. Serão 10 horas de carga horária em aulas a serem realizadas sempre das 14h às 16h30. O curso corresponde à primeira turma do Time Brasil 2021 em Nível Teórico.

As vagas são limitadas à quantidade de participantes permitida na sala da plataforma Teams. Durante as aulas, será disponibilizado um link para assinatura de lista de presença. Será emitido certificado para o participante que tiver feito pelo menos 75% do curso, que é pré-requisito para participação no Nível Prático da capacitação.

SERVIÇO

CURSO INSTRUMENTOS DE AUDITORIA - PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DOS TRABALHOS INDIVIDUAIS

Data: 16, 17, 22 e 24 de junho de 2021

Horário: das 14h às 16h30

Acesso: Clique aqui

Fonte: CGU - Controladoria-Geral da União

segunda-feira, 14 de junho de 2021

TCE-RJ usa inteligência artificial para encontrar irregularidades em editais de licitação.

Batizado de Alice, sistema cruza dados e aponta possíveis indícios de irregularidades


O Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) passou a contar, este mês, com uma nova ferramenta tecnológica, baseada em inteligência artificial, para otimizar a fiscalização de licitações públicas. O sistema de Análise de Licitações e Editais, denominado Alice, é composto por uma grande base de dados, centralizada no Tribunal de Contas da União (TCU), e por uma engenhosa ferramenta de análise textual.

O sistema oferece grande potencial para aumentar a eficiência do trabalho dos auditores na verificação das contratações públicas no território fluminense, facilitando a seleção daquelas que, em tese, exigirão maior atenção. Para fazer uso do Alice, o TCE-RJ reestruturou sua base de dados de editais, refez o módulo de controle desses documentos e implementou ferramentas para gerir e se conectar ao repositório mantido pelo TCU.

A Corte de Contas fluminense envia ao Alice diariamente informações do Sistema Integrado de Gestão Fiscal (SIGFIS), no qual os gestores municipais e estaduais sob a sua jurisdição incluem os editais. O Alice “varre” o conteúdo dos editais, através de pesquisas automatizadas inteligentes, em busca de indícios de inconsistências ou irregularidades, emitindo alertas quando encontrados. Os indícios são obtidos por meio do cruzamento com outras bases de dados e pelo uso de tipologias, padrões que reúnem um conjunto de características do que é procurado.

A ferramenta tecnológica, por exemplo, identifica uma impropriedade caso o edital permita a participação de empresas impedidas de atuar junto à administração pública ou que possuam sócios em comum em seus quadros, bem como indica uma inconsistência no edital caso haja exigência de os licitantes apresentarem certidões ou de possuírem condições que tenham o potencial de restringir indevidamente a competitividade do certame.

Os alertas gerados são baixados e registrados em uma base de dados própria do TCE-RJ, que pode ser visualizada por meio de um painel de informações. O painel Alice permite a visualização de todos os indícios de irregularidades identificados nos editais e atas analisados desde a implantação da ferramenta. A consulta traz o detalhamento dos editais em risco e das tipologias encontradas e pode ser orientada por órgão, modalidade de licitação, tipologia etc.

“As inovações e o compartilhamento de soluções tecnológicas entre os órgãos de controle são fundamentais para o aprimoramento e a maior eficácia do serviço público”, afirma o diretor-geral de Tecnologia da Informação do TCE-RJ, Lucio Pereira.

Desde 2019, o TCE-RJ participa do Projeto Alice Nacional para o desenvolvimento colaborativo da ferramenta. A cooperação foi firmada no âmbito da Rede Nacional de Informações Estratégicas para o Controle Externo (Infocontas) e congrega diversas Cortes de Contas do país sob a coordenação do TCU.

Fonte: TCE-RJ (Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro)

sexta-feira, 11 de junho de 2021

Municípios têm até o dia 20 de junho para repassar informações ao SISC.


Os Municípios precisam realizar trimestralmente a confirmação dos usuários vinculados no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), através do Sistema de Informação do Serviço de Convivência (Sisc). O sistema se destina ao acompanhamento e ao monitoramento da gestão do serviço de convivência, onde é conferida a participação dos atendimentos realizados no percurso de três meses aos usuários vinculados.

A área técnica de Assistência Social alerta que o prazo para confirmação deste trimestre no Sisc é até o dia 20 de junho. Sendo assim, os Municípios precisam se atentar aos prazos para o não comprometimento dos repasses. Ressalta-se ainda a importância deste monitoramento no percurso trimestral, sendo que a próxima alimentação será em setembro de 2021. Para o acesso e a confirmação, os Municípios podem acessar fazer o login para a confirmação através do link disponível aqui.

De acordo com a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais (SCFV), esse é um serviço realizado na proteção social básica, desenvolvido através dos grupos de acordo com o ciclo de vida de seus usuários e organizado a partir de percursos, tendo em vista que é um serviço no âmbito da proteção social básica e atua na complementaridade ao trabalho social do PAIF, buscando prevenir a ocorrência de situações de risco social.

O SCFV deve ser referenciado a um Centro de Referência de Assistência Social (Cras), que, por meio da avaliação técnica da equipe que acompanha os casos, realiza os encaminhamentos dos usuários ao acesso ao serviço.

É oportuno salientar que, se os Municípios não confirmarem a participação dos usuários no sistema, o mesmo pode ser prejudicado, uma vez que a alimentação e a confirmação garantem a regularidade do repasse trimestral para o bloco da proteção social básica, vinculado à oferta do SCFV.

quarta-feira, 9 de junho de 2021

Workshop discute a implantação das normas aplicadas ao setor público.


O 1º Workshop de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, promovido pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), foi realizado de 7 a 9 de junho, de forma virtual e gratuita. Baseado em ações práticas, o curso foi transmitido pelo canal do CFC no YouTube – https://www.youtube.com/CFCBSB –, onde podem ser acessadas as gravações dos três dias do evento.

A abertura do workshop foi feita pelo vice-presidente Técnico do CFC, Idésio da Silva Coelho Júnior, e pela secretária especial adjunta da Secretaria Especial de Fazenda, Gildenora Batista Milhomem. Ambos são coordenadores do GA/NBCTSP.

Abertura

O vice-presidente do CFC enalteceu o trabalho de convergência das normas contábeis ao padrão International Public Sector Accounting Standards (Ipsas), cuja conclusão da primeira etapa está prevista para o fim deste ano. “Esse processo tem tido êxito, em grande parte, porque os membros do Grupo Assessor participam da experiência de implementação prática das normas, acompanhando a execução dos normativos convergidos”, disse Idésio Coelho.

Segundo ele, a emissão das NBC TSP convergidas irá se encerrar em dezembro de 2021, mas o trabalho do Grupo Assessor possui outras etapas e terá continuidade até 2024. Além disso, o vice-presidente Técnico destacou a importância do processo de convergência das normas de auditoria governamental, que tem sido desenvolvido paralelamente ao trabalho das normas contábeis aplicadas ao setor público.

Já a secretária especial adjunta da Secretaria Especial de Fazenda, Gildenora Milhomem, ressaltou que a convergência das NBCs ao padrão emitido pelo International Public Sector Accounting Standards Board (Ipsasb) é um trabalho complexo, porque não se trata de apenas traduzir as Ipsas para a língua portuguesa. “Os membros do GA fazem um dedicado trabalho de adequação dessas normas internacionais para a realidade do setor público brasileiro”, afirmou.

Gildenora também destacou que o Grupo Assessor é composto por membros do CFC, da STN e por representantes dos estados, dos municípios, da academia, de órgãos de controle e de auditoria externa, contando com o apoio de vários parceiros. Ela citou que o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon) passou a contribuir para a implementação das NBC TSP com a realização de oficinas voltadas aos contadores e auditores.

Programação

No dia 7 (segunda-feira), após a abertura, a programação do 1º Workshop teve início com apresentações sobre o tema “Processo de convergência aos padrões internacionais no Brasil: estágio atual e plano de trabalho da convergência (visão do CFC e da STN)”. Os palestrantes foram o conselheiro do CFC Leonardo Silveira do Nascimento e o coordenador-geral de Normas de Contabilidade Aplicadas à Federação da STN, Renato Perez Pucci.

Em seguida, o chefe do Núcleo de Informações Contábeis e Fiscais da Federação da Coordenação-Geral de Normas de Contabilidade Aplicadas à Federação da STN, Leandro Moreira Souto, abordou o tema “Apresentação do Ranking da qualidade da informação contábil e fiscal dos estados e municípios do Siconfi”.

No dia 8 (terça), a programação teve início com o tema “Apresentação da implantação das normas nos estados brasileiros: panorama geral”, painel realizado pelo contador-geral do Estado da Bahia (Sefaz/BA) e membro do Grupo de Trabalho Contabilidade/Gefin, Manuel Roque dos Santos Filho; pelo contador-geral do Estado de Pernambuco, entre 2011 e 2016, e auditor-fiscal do Tesouro Estadual (Sefaz/PE), Carlos Alberto de Miranda; pelo contador da Secretaria de Estado da Fazenda de Santa Catarina (Sefaz/SC) à disposição do Governo do Rio Grande do Norte, atuando como contador-geral do estado, Flávio George Rocha; e pela contadora-geral de contabilidade do Estado da Paraíba, Cláudia Marques de Sousa Toscano.

O segundo tema do dia foi “Apresentação da implantação das normas nos municípios brasileiros: caso prático de um município de grande porte”, palestra proferida pelo professor universitário e contador da Prefeitura de Belo Horizonte (MG), Nourival de Souza Resende Filho.

No último dia (quarta-feira), foram realizadas as seguintes seções: “Apresentação da implantação das normas nos municípios brasileiros: caso prático de um município de pequeno porte”, pela contadora do município de Santana da Boa Vista (RS), Mônica Rossana Oliveira Vasconcelos; “Apresentação da implantação das normas na União”, pelo subsecretário de Contabilidade Pública da STN, Heriberto Henrique Vilela do Nascimento; e “A nova NBC TSP de custos no setor público”, pela coordenadora de Informação de Custos da União da STN, Rosilene Oliveira de Souza.

Para encerrar o 1º Workshop, houve o “Debate dos temas das apresentações à luz das pesquisas realizadas nas seções do workshop”, com a participação de Gildenora Milhomem, Leonardo Silveira do Nascimento, Renato Perez Pucci, Leandro Moreira Souto, Manuel Roque dos Santos Filho, Heriberto Henrique Vilela do Nascimento, Rosilene Oliveira de Souza, membros do Grupo Assessor das NBC TSP do CFC.

Fonte: CFC - Conselho Federal de Contabilidade

Curso aborda “Auditoria Governamental e Elaboração de Relatório”.

Ciclo de palestras faz parte do plano anual de formação e capacitação dos servidores do TCE/TO


O curso “Auditoria do Setor Público com ênfase no Controle Externo: teoria e prática” organizado pelo Tribunal de Contas do Tocantins (TCE/TO), por meio do Instituto de Contas 5 de Outubro, encerrado nesta terça-feira, 8 de junho, finalizou abordando a documentação (os papéis de trabalho) das auditorias governamentais, bem como os relatórios deste tipo de fiscalização a cargo do controle externo.

“Papel de Trabalho é todo o conjunto de formulários e documentos que constitui o suporte do trabalho desenvolvido pelo auditor, contendo o registro de todas as informações utilizadas, das verificações a que procedeu e das conclusões a que chegou, constituindo a evidência do seu trabalho.”, destacou o professor e instrutor, Jorge Pinto de Carvalho Júnior.

O curso fez parte do plano anual de formação e capacitação dos servidores do TCE/TO.

Fonte: TCE-TO (Tribunal de Contas do Estado do Tocantins)

Entes federativos poderão aplicar recursos de precatórios do Fundef na aquisição de ônibus do Caminho da Escola.

A compra dos veículos deverá ser registrada no Sigarp


Estados, municípios e o Distrito Federal poderão utilizar até 40% dos recursos oriundos de precatórios do antigo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef), atual Fundeb, para a aquisição de ônibus escolares do programa Caminho da Escola, gerenciado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

A compra dos veículos deverá registrada no Sistema de Gerenciamento de Atas de Registros de Preço do FNDE (Sigarp), como realizada com recursos próprios dos entes federativos, no link a seguir: www.fnde.gov.br/sigarpweb .

Os gestores interessados também precisam seguir os requisitos abaixo, em observância à legislação vigente e aos Acórdãos 1824/2017, 1962/2017 e 2866/2018, do Plenário do Tribunal de Contas da União, bem como regulamentar em lei específica:

- Elaborar um plano de aplicação dos recursos de precatórios Fundef, com ampla divulgação aos membros do Poder Legislativo local e do Tribunal de Contas Estadual ou Municipal, referenciado pelo Conselho de Acompanhamento e Controle Social do Fundeb (Cacs/Fundeb); e

- Realizar consulta aos respectivos Tribunais de Contas Estaduais ou Municipais, com vistas à aplicação dos recursos para aquisição de ônibus escolares, seja para uso na zona rural e/ou urbana.

A proposta de regulamentação da Lei nº 14.057/2020, ainda está sendo apresentada ao Ministério da Educação, em que será solicitada essa regulamentação pelos entes federados beneficiados pelos precatórios do Fundef.

Para mais orientações e esclarecimentos sobre o Caminho da Escola, basta clicar aqui .

Fonte: FNDE - Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação

quinta-feira, 3 de junho de 2021

Seminário discute finanças públicas e responsabilidade fiscal dos municípios.

Com transmissão pelo canal do TCU no YouTube, o evento reuniu gestores e especialistas para avaliar caminhos para se obter mais eficiência e transparência da gestão fiscal


Como fazer uma gestão fiscal eficiente e transparente nos municípios? Para debater o tema e sugerir caminhos, o Tribunal de Contas da União (TCU) realizou, no dia 27/5, no âmbito do Programa TCU+Cidades, seminário sobre gestão fiscal nas cidades. Em dois painéis, o evento discutiu princípios da gestão fiscal e estrutura de governança fiscal.

Acompanhado por mais de 350 pessoas de todo o Brasil e transmitido pelo canal do TCU no YouTube, o evento foi aberto pelo ministro Augusto Nardes, que destacou a importância de aprofundar o diálogo entre gestores e técnicos, diante da crise econômica agravada pela pandemia. “Tenho disseminado no Brasil todo a ideia de que a boa governança pode nos dar condições de aperfeiçoar o Estado brasileiro para servir melhor à sociedade”, afirmou.

Augusto Nardes informou que cerca de 15 Estados e mais de 200 municípios já aderiram às teses sobre a importância da governança. “As dificuldades dos municípios são imensas, a gente sabe que 1/3 das prefeituras não se sustentam. O ideal seria que nós tivéssemos uma descentralização maior das nossas riquezas para contemplar mais os municípios, mas eles também precisam estruturar sua governança melhor”, destacou.

Assim como Nardes, o ministro-substituto Weder de Oliveira elogiou a decisão da presidente do Tribunal, ministra Ana Arraes, de incluir, entre suas prioridades de gestão, o aperfeiçoamento do diálogo orientador com os municípios, como forma de atuar na prevenção das falhas que possam prejudicar o melhor uso dos recursos. “É impossível levar à frente políticas públicas de longo prazo, com responsabilidade material, sem organizar as finanças. A cada desarranjo financeiro temos desarranjos graves nas políticas sociais”, afirmou Weder.

O ministro-substituto citou legislações que têm como foco a responsabilidade e a transparência da gestão fiscal, como a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 101/2000) e a Emenda Constitucional 95/2016, que determina um teto para gastos públicos, mas alertou: “Essas legislações não funcionam se não tivermos um sistema institucional e político que queira fazê-las funcionar. Uma hora se cria uma brecha, depois outra. O pior é que isso se transforma numa cultura que não há legislação que conserte”.

PRINCÍPIOS DA GESTÃO FISCAL

A diretora de Fiscalização de Planejamento e Orçamento (Semag/TCU), Lucieni Pereira da Silva, disse que foi uma feliz coincidência a promoção deste debate no mês em que a Lei de Responsabilidade Fiscal completou 21 anos. Ela abriu o primeiro painel destacando que falar de gestão fiscal é falar de governança das finanças públicas. “A gestão fiscal não é um fim em si mesmo, é um meio para que o Estado possa cumprir o seu papel de promover o bem-estar social”, observou.

Equilibrar as contas públicas, disse Lucieni, é o sonho de todo gestor. “Para esse equilíbrio, é necessário ter ação planejada e transparente, porque é essencial prevenir riscos e corrigir desvios, cumprir metas, conhecer e cumprir os limites e olhar para as condicionantes, porque elas são importantes para que possamos ter capacidade de fazer uma boa gestão.”

A segunda palestrante foi a secretária municipal da Fazenda de Salvador (BA), Giovana Victer, que foi secretária de Planejamento e Fazenda de Niterói (RJ) por sete anos e atualmente preside o Fórum Nacional de Secretários de Fazenda e Finanças da Frente Nacional de Prefeitos. Quando assumiu a Secretaria em Niterói, Giovana disse que encontrou uma situação muito desorganizada.

A primeira decisão foi tomar providências para sair da situação negativa no Serviço Auxiliar de Informações para Transferências Voluntárias (CAUC). “Fomos organizando ponto a ponto, como Previdência, e tivemos acesso ao programa de modernização da Administração Tributária, o que foi muito importante. Tem muitos municípios hoje sem sistema instalado de execução orçamentária e financeira. Sem informações, não consegue tomar decisões”, destacou.

Giovana disse que foi instalada na Secretaria uma série de práticas de gestão fiscal: “Selecionamos os 10 maiores ordenadores de despesas do município, verificamos o que havia de orçamento anual e estabelecemos quantos gastos poderiam ser feitos por mês. Foi estabelecido um pacto de compromisso com a gestão fiscal”.

Em relação à pandemia, Giovana frisou que os prefeitos foram os primeiros a responder com gabinete de crise: “Existem cidades que estão gastando 35% do seu orçamento na Saúde. Temos hoje uma pressão na despesa da Saúde sobre o orçamento dos municípios que não está correspondendo com as transferências da União”.

Ela informou que até maio do ano passado, com dois meses de pandemia, Salvador já tinha recebido mais recursos do SUS do que recebeu este ano com cinco meses de pandemia. “A segunda onda veio mais repentina, mais cara e de uma forma mais agressiva, as pessoas ficam mais tempo internadas, precisando de mais leitos de UTI, e estamos recebendo menos recursos do que o mesmo período do ano passado. A situação é dramática do ponto de vista das finanças públicas. Corremos o risco, se não tivermos estratégia de diálogo responsável sobre a pressão da despesa pública de Saúde dos municípios, de ter retrocesso de 20 anos nas finanças municipais”, alertou.

Atuando como moderador no painel, o secretário-geral de Controle Externo do TCU, Leonardo Albernaz, destacou a importância dessa oportunidade proporcionada pelo Diálogo Público para gestores municipais ouvirem sobre experiências reais de gestão. “O grande objetivo da gestão fiscal responsável é fazer com que as prefeituras entreguem aquilo que os cidadãos têm direito”, ressaltou.

Segundo ele, é um desafio, porque desequilíbrio fiscal não é um tema que aparece de forma clara para a população – e que passa a ser sensível em situações de crises muito graves, como essa decorrente de alguns anos de recessão e da pandemia.

ESTRUTURA DE GOVERNANÇA FISCAL

O secretário de Macroavaliação Governamental do TCU, Alessandro Caldeira, atuou como moderador do segundo painel. Ele pontuou que o TCU está recebendo documentos de prefeituras que solicitam a atuação do Tribunal em casos como irregularidades do gestor anterior no que se refere às regras da LRF e à gestão fiscal ou pedido de instauração de Tomada de Contas Especiais (TCE) sobre malversação em recursos de convênios.

“Gostaria de lembrar que a competência para investigar e julgar irregularidades com relação à lei orçamentária em geral, finanças públicas e regras da LRF é dos Tribunais de Contas dos Estados ou dos Municípios, onde houver. No caso de malversação de recursos de convênios, a primeira atuação no âmbito federal tem de ocorrer no âmbito dos próprios órgãos”, esclareceu.

O painel contou com palestras de Renato Lima Cavalcante, diretor de Fiscalização da Responsabilidade Fiscal (Semag/TCU), e de Gildenora Milhomem, subsecretária de Contabilidade Pública da Secretaria do Tesouro Nacional.

Renato falou da importância de controle de gastos públicos e de boas práticas de governança – destacando que governança não é sinônimo de gestão. “Governança é direcionadora e gestão é mais voltada para a execução.” Renato citou publicação do TCU voltadas para a boa gestão fiscal. Acesse aqui a íntegra da apresentação.

Gildenora Milhomem tratou de medidas de fortalecimento da governança fiscal e comentou sobre a atuação para ajudar municípios a implementar entendimentos que o Tesouro Nacional publica em seus manuais. “Sempre falo que o gestor responsável é o que chega e quer saber qual é o contador dele, qual o sistema que tem na contabilidade”, comentou.

Segundo ela, essa questão está atrelada ao desempenho do município no ranking da qualidade da informação contábil e fiscal, uma iniciativa da Secretaria do Tesouro Nacional que foi criada para avaliar a consistência da informação que o Tesouro recebe por meio do Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (Siconfi). “Quem tem um bom sistema está nas primeiras colocações”, observou.

Gildenora concluiu defendendo a conscientização dos gestores para trabalhar com planejamento, prioridades, estabelecimento de controle efetivo dos recursos. “Se fizer isso, vai enfrentar dificuldades diariamente para serem vencidas, mas já terá uma gestão 90% mais tranquila para ele.”

Fonte: TCU - Tribunal de Contas da União

quarta-feira, 2 de junho de 2021

CFC e STN realizam 1º Workshop de Contabilidade Aplicada ao Setor Público.


 
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) realizam, na próxima semana, o 1º Workshop de Contabilidade Aplicada ao Setor Público. O evento será virtual e acontecerá nos dias 7 a 9 de junho, sempre das 9h às 12h30. O curso será gratuito e tem o objetivo de identificar e compartilhar as experiências na implementação das Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas do Setor Público (NBC TSP). O evento ocorrerá pela plataforma Zoom Webinar e também será transmitida pelo canal do CFC no YouTube.

Confira a programação!

Primeiro dia – 7 de junho:

A abertura do workshop será realizada pelo vice-presidente Técnico do CFC, Idésio da Silva Coelho Júnior, e pela secretária especial Adjunta da Secretaria Especial de Fazenda, Gildenora Batista Dantas Milhomem.

Em seguida, acontece a primeira seção do evento, que terá como tema “Processo de convergência aos padrões internacionais no Brasil: estágio atual e plano de trabalho da convergência (visão do CFC e da STN)”. Os palestrantes serão o conselheiro do CFC, Leonardo Silveira do Nascimento, e o coordenador-geral de Normas de Contabilidade Aplicadas à Federação da STN, Renato Perez Pucci.

O objetivo da exposição é contextualizar os participantes no estágio atual do processo de convergência e no plano do CFC para convergência até 2021 (adoção) e 2024 (implementação).

Dando continuidade à agenda, o assunto da seção dois será “Apresentação do Ranking da qualidade da informação contábil e fiscal dos estados e municípios do Siconfi”. O chefe do Núcleo de Informações Contábeis e Fiscais da Federação da Coordenação-Geral de Normas de Contabilidade Aplicadas à Federação da STN, Leandro Moreira Souto, fará a apresentação. A finalidade da palestra é apresentar o Ranking dos estados e dos municípios e explicar os objetivos, a metodologia e os critérios adotados.

Segundo dia – 8 de junho:

“Apresentação da implantação das normas nos estados brasileiros: panorama geral” será a temática da terceira seção. O conteúdo será exposto pelo contador-geral do Estado da Bahia (Sefaz/BA) e membro do Grupo de Trabalho Contabilidade/Gefin, Manuel Roque dos Santos Filho; pelo contador-geral do Estado de Pernambuco, entre 2011 e 2016, e auditor-fiscal do Tesouro Estadual (Sefaz/PE), Carlos Alberto de Miranda; pelo contador da Secretaria de Estado da Fazenda de Santa Catarina (Sefaz/SC) à disposição do Governo do Rio Grande do Norte, atuando como contador-geral do estado, Flávio George Rocha; e pela contadora-geral de contabilidade do Estado da Paraíba, Cláudia Marques de Sousa Toscano. O foco dessa palestra é apresentar o panorama geral da implantação das normas nos estados e no Distrito Federal, dando destaque à implantação do Plano de Implantação dos Procedimentos Contábeis Patrimoniais (PIPCP).

A seguir, o tema da seção quatro será “Apresentação da implantação das normas nos municípios brasileiros: caso prático de um município de grande porte”. O professor universitário e contador da Prefeitura de Belo Horizonte (MG), Nourival de Souza Resende Filho, proferirá a palestra sobre o assunto. O objetivo é compartilhar a experiência do ente da Federação na implantação das normas.

Terceiro dia – 9 de junho:

A quinta seção do workshop terá como assunto a “Apresentação da implantação das normas nos municípios brasileiros: caso prático de um município de pequeno porte”. A contadora do município de Santana da Boa Vista (RS), Mônica Rossana Oliveira Vasconcelos, fará a exposição do conteúdo. A finalidade é compartilhar a experiência do ente da Federação na implantação das normas.

Em seguida, a “Apresentação da implantação das normas na União” será o tema da sexta seção. O subsecretário de Contabilidade Pública da STN, Heriberto Henrique Vilela do Nascimento, será o palestrante. O foco é apresentar o panorama geral da implantação das normas na União, dando destaque à implantação do PIPCP.

Ainda no período da manhã, “A nova NBC TSP de custos no setor público” será apresentada na sétima seção. A coordenadora de Informação de Custos da União da STN, Rosilene Oliveira de Souza, falará sobre o tema. O objetivo é apresentar os principais conceitos e pontos da nova norma que está em audiência pública.

O fechamento das exposições será um “Debate dos temas das apresentações à luz das pesquisas realizadas nas seções do workshop”. Os palestrantes Gildenora Batista Milhomem, Leonardo Silveira do Nascimento, Renato Perez Pucci, Leandro Moreira Souto, Manuel Roque dos Santos Filho, Heriberto Henrique Vilela do Nascimento, Rosilene Oliveira de Souza, assim como os membros do Grupo Assessor das NBC/TSP do CFC, estarão à frente da seção oito. A finalidade é apresentar e discutir os resultados dos formulários de pesquisa que serão aplicados durante as seções do evento.

O encerramento do 1º Workshop de Contabilidade Aplicada ao Setor Público será realizado pelos contadores Idésio da Silva Coelho Júnior e Gildenora Batista Milhomem.

Para se inscrever no evento, clique aqui.

Para acessar o canal do CFC no YouTube, clique aqui.

Fonte: CFC - Conselho Federal de Contabilidade

TCE-RJ emite parecer prévio contrário à aprovação das contas de 2020 do Governo do Estado.


O Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) emitiu, em sessão plenária especial telepresencial realizada na terça-feira (01/06), parecer prévio contrário à aprovação das contas de governo dos chefes do Poder Executivo do Estado do Rio de Janeiro referentes ao ano de 2020. No período, Wilson José Witzel foi o governador entre 1º de janeiro e 28 de agosto, enquanto Cláudio Bonfim de Castro e Silva foi governador no período compreendido entre 29 de agosto e 31 de dezembro. A decisão se deu por unanimidade entre os cinco conselheiros que compõem o Corpo Deliberativo do Tribunal.

Após o parecer inicial do Corpo Técnico e do Ministério Público de Contas, o TCE-RJ encaminhou os documentos para o Governo do Estado para manifestação de razões de defesa. Após as justificativas apresentadas, o material foi analisado novamente e o Corpo Técnico manteve a indicação de parecer prévio contrário. Diversamente, o Ministério Público de Contas reformulou sua posição e ofereceu a indicação de parecer prévio favorável à aprovação das contas.

Após a apresentação do relatório, o Corpo Deliberativo aprovou o voto com quatro irregularidades encontradas, além de 34 impropriedades e 51 determinações ao Poder Executivo.

O Governo do Estado não cumpriu o disposto na Lei Federal 12.858/13, que regulamenta a destinação para a área de Saúde de parcela da participação no resultado ou da compensação financeira pela exploração de petróleo e gás natural.

O parecer também ressalta a não inclusão na base de cálculo do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) das parcelas referentes ao adicional de ICMS (Lei Estadual nº 4.056/02 – FECP), tendo o Governo do Estado descumprido o disposto no art. 60, II do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) c/c art. 3º, IX da Lei Federal nº 11.494/07.

O Governo do Estado do Rio de Janeiro também não destinou 5% dos recursos do Fundo Estadual de Combate à Pobreza (FECP) para serem aplicados no Fundo Estadual de Habitação de Interesse Social (FEHIS). O montante destinado (despesa liquidada), correspondente a R$ 97.969.919, representa 1,99% da receita arrecadada, descumprindo assim o que dispõe o artigo 3°, §3° da Lei 4.056/02, o qual, além de estipular o percentual mínimo de 5%, prevê, expressamente, que seu descumprimento enseja a aposição de irregularidade nas Contas de Governo do Estado do Rio de Janeiro, com sua consequente rejeição.

Por fim, o Governo do Estado do Rio de Janeiro promoveu a desvinculação dos recursos do FECP, em desacordo com o parágrafo Art. 82, do ADCT da Constituição Federal, empregando recursos vinculados fora dos objetivos do Fundo, listados no Art. 3º da Lei Estadual nº 4.056/2002.

Durante a sessão, foram apresentados agradecimentos ao grupo de servidores que participaram compromissada e empenhadamente da confecção do parecer, sendo proferido um especial reconhecimento ao secretário-geral de Controle Externo, Oséias Santana, e ao ex-secretário-geral de Controle Externo Sérgio Sacramento, que muito colaboraram nos trabalhos.

O parecer prévio emitido pelo TCE-RJ agora seguirá para a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). De acordo com a legislação, cabe ao órgão o julgamento final das contas baseado no parecer técnico emitido pelo TCE-RJ.

Veja abaixo as irregularidades apontadas na decisão plenária:

IRREGULARIDADE Nº 1

Descumprimento do art. 2º, § 3º da Lei Federal nº 12.858/13, tendo em vista a não destinação para a área de Saúde do percentual de 25% dos recursos provenientes dos royalties e participações especiais do Pré-Sal oriundos de contratos de exploração de petróleo assinados a partir de 03/12/2012, em acréscimo ao mínimo obrigatório previsto no artigo 6º da Lei Complementar Federal 141/12 c/c o inciso II, §2º, artigo 198 da Constituição Federal.

IRREGULARIDADE Nº 2

Não inclusão na base de cálculo do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) das parcelas referentes ao adicional de ICMS (Lei Estadual nº 4.056/02 – FECP), tendo o Governo do Estado do Rio de Janeiro descumprido o disposto no art. 60, II do ADCT c/c art. 3º, IX da Lei Federal nº 11.494/07.

IRREGULARIDADE Nº 3

O Governo do Estado do Rio de Janeiro descumpriu o disposto no artigo 82 do ADCT da Constituição Federal, empregando os recursos vinculados ao Fundo de Combate à Pobreza e às Desigualdades Sociais (FECP) fora dos objetivos do Fundo, em desrespeito ao art. 3° da Lei Estadual nº 4.056/02, uma vez que deixaram de ser aplicados R$ 1.473.498.870 em razão da desvinculação indevida dos recursos do FECP promovida pelo Governo do Estado.

IRREGULARIDADE Nº 4

O Governo do Estado do Rio de Janeiro não destinou 5% dos recursos do Fundo de Combate à Pobreza e às Desigualdades Sociais (FECP) para serem aplicados no Fundo Estadual de Habitação de Interesse Social (Fehis). O montante destinado (despesa liquidada), que correspondente a R$ 97,97 milhões, representa apenas 1,99% da receita arrecadada, contrariando, assim, o que dispõe o artigo 3°, § 3° da Lei 4.056/02, alterada pela Lei Complementar Estadual nº 183/18, que prevê um percentual mínimo de aplicação de 5% das receitas, bem como a irregularidade das contas, em caso de descumprimento.


Fonte: TCE-RJ (Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro)

terça-feira, 1 de junho de 2021

Auditoria no Setor Público é tema de curso para servidores do Controle Externo do TCE-TO.

Evento segue até o dia 2 de junho, das 14h às 18h, através da plataforma Zoom


Na tarde desta segunda-feira, 31, o Tribunal de Contas do Tocantins (TCE/TO), deu início ao primeiro dia do curso “Auditoria do Setor Público com ênfase no Controle Externo: teoria e prática”. A capacitação, que é voltada para os servidores do controle externo, está sendo realizada em formato remoto, e seguirá até o dia 2 de junho, no horário de 14h às 18h, através da plataforma Zoom.

De acordo com o professor e instrutor, Jorge Pinto de Carvalho Júnior, o curso é fundamental para os novos auditores, pois apresenta a base do trabalho que eles realizarão e como deverão atuar em suas auditorias, de maneira alinhada ao novo padrão normativo aplicável - as Normas Brasileiras de Auditoria do Setor Público (NBASP).

A capacitação está sendo oferecida pelo Instituto de Contas 5 de Outubro do TCE/TO (Iscon), e faz parte do plano anual de formação e capacitação dos servidores.

Conteúdo programático

1. Organização, funcionamento do Estado e controle interno

2. Controle externo e aspectos gerais sobre auditoria governamental

3. Auditoria governamental e as Normas Brasileiras de Auditoria do Setor Público (NBASP)

4. Planejando uma auditoria governamental

5. Executando uma auditoria governamental

6. Elaborando a documentação de uma auditoria governamental

7. Relatando uma auditoria governamental

Fonte: TCE-TO (Tribunal de Contas do Estado do Tocantins) - adaptado

Auditoria do TCMSP vê excesso de cargos comissionados na Prefeitura de SP e ‘desvio de finalidade’ em contratações.

Auditores apontaram 5.388 funcionários sem concurso na cidade; secretarias de Turismo e da Justiça têm mais de 90% dos servidores como sendo de indicação política, mas fazendo trabalhos técnicos vetados pela lei. Prefeitura diz que 'vem promovendo esforços na redução dos cargos e processos de reestruturação' que já resultaram na redução de 3.309 cargos


Auditoria feita pelo Tribunal de Contas do Município (TCM) de São Paulo em março apontou que os órgãos da prefeitura têm atualmente excesso de cargos comissionados, empregando 5.388 servidores sem concurso, gerando “desvio de finalidade” e possível “ato de improbidade administrativa”.

De acordo com o TCM, algumas secretarias municipais, como a do Turismo e a da Justiça, têm mais de 90% de cargos comissionados entre os servidores da pasta, ferindo a legislação das chamadas "contratações de livre provimento".

“A elevada proporção de servidores ocupantes de cargos em comissão em determinados órgãos permite concluir que a sua utilização se dá de forma irregular. Isto porque o número de comissionados não guarda qualquer proporcionalidade com o número de servidores efetivos, situação que contraria a excepcionalidade do instituto e pode indicar desvio de finalidade”, afirmaram os auditores.

“Segundo o [Supremo Tribunal Federal] STF, ‘o número de cargos comissionados criados deve guardar proporcionalidade com a necessidade que eles visam suprir e com o número de servidores ocupantes de cargos efetivos no ente federativo que os criar’”, completou o relatório.

Por meio de nota, a Prefeitura de São Paulo disse que “vem promovendo esforços na redução dos cargos de provimento em comissão e processos de reestruturação de algumas secretarias e autarquias, as quais receberam ou perderam atribuições”.

“No total da Administração Direta, já foram reduzidos 3.309 (três mil, trezentos e nove) cargos de provimento em comissão entre 2017 e 2020”, informou a nota.

Diferentemente do informado pela prefeitura, porém, a auditoria do TCM registrou uma ligeira alta na quantidade de cargos comissionados entre 2019 e 2020, quando a cidade tinha 5.374 empregados sem concurso e passou para 5.388 ao final de 2020.

Desvio de finalidade

No total, os 5.388 funcionários comissionados representam 4,65% dos 115.952 empregados que a prefeitura tinha ao final de 2020, segundo o levantamento.

Porém, a auditoria entrevistou, por meio de questionário, 22 servidores aleatórios entre os cargos comissionados e constatou que 20 deles, mais de 90% dos casos, “não desempenham papel de chefia, direção ou assessoramento, nem demandam relação de confiança específica com a autoridade nomeante”, o que contraria a lei de contratação de servidores comissionados.

“O provimento dos cargos em comissão sem visar a finalidade prevista em lei (chefia, direção e assessoramento) pode indicar que o provimento desses cargos esteja ocorrendo para um fim diverso daquele almejado pelo ordenamento jurídico”, afirmam os auditores.

“Um servidor informou desempenhar a função de assessor jurídico. Em que pese a possibilidade de enquadrar tal tarefa como assessoramento, a fim de justificar o provimento em comissão, há entendimento do STF no sentido de que esses encargos devem ser desempenhados por servidores efetivos”, disse o documento do TCM.

A gestão municipal diz, entretanto, que “os cargos de provimento em comissão da PMSP têm suas competências definidas em legislação, que restringe suas funções típicas às de direção, chefia e assessoramento, com vínculo de confiança ao superior hierárquico, e representam menos de 4% do total de servidores da Prefeitura”.

Os auditores sugerem que as conclusões sejam encaminhadas para o Ministério Público de São Paulo, para que providências sejam tomadas e dizem que “o desvio de finalidade (ou desvio de poder) pode ser enquadrado como ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública”.

Campeãs de comissionados

Numericamente, as pastas que mais empregam funcionários comissionados são as secretarias da Educação, da Cultura, do Verde e Meio Ambiente, de Subprefeituras e o próprio gabinete do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que encerrou 2020 com 326 empregados não concursados, contra 318 em 2019.

O grande número de cargos comissionados na pasta da Educação, que fechou 2020 com 1.053 empregados não concursados, acontece, segundo os auditores, por causa da quantidade de professores sem concurso contratados pela secretaria para atender a demanda da cidade, especialmente no período de pandemia.

Mas, percentualmente, as pastas campeãs de comissionados são as de Turismo, da Justiça, da Pessoa com Deficiência, de Desenvolvimento Econômico e o gabinete do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Na Secretaria de Turismo, entre 2019 e 2020, o número de comissionados passou de 27 para 31, chegando a 91,18% do total, segundo o TCM.

Já na Secretaria Municipal da Justiça, os comissionados passaram de 23 para 30 em 2020, totalizando 90,91% do geral na pasta, enquanto na Secretaria da Pessoa com Deficiência esse número foi de 37 para 40 no período, chegando a 80% de todos os servidores do órgão municipal.

“Verifica-se que relevante parcela dos cargos está sendo utilizada para o desempenho de atividades típicas de carreiras efetivas. Esse aspecto denota desvio de finalidade na utilização dos cargos em comissão, uma vez que estes se prestam para o exercício de chefia, direção e assessoramento em que haja relação específica de confiança entre o servidor e a autoridade nomeante”, afirmou o TCM.

Fila de espera para nomeações

O Ministério Público de São Paulo já vem ajuizando uma série de ações na Justiça para fazer com que a gestão municipal contrate funcionários efetivos no lugar de terceirizados ou comissionados em determinados cargos.

Em dezembro de 2020, o promotor Ricardo de Barros Leonel, da 2ª Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social da capital, abriu ação contra o prefeito Bruno Covas (PSDB) por contratar engenheiros terceirizados para vistoriar creches conveniadas com a prefeitura, enquanto uma fila de mais de 150 engenheiros e arquitetos que já passaram em concursos aguardavam nomeação.

Os contratos da Secretaria Municipal de Educação (SME) com engenheiros terceirizados somavam mais de R$ 1 milhão, mas, passados quase seis meses da denúncia, nenhum dos concursados de 2019 foi nomeado.

O promotor Silvio Antonio Marques também instaurou em setembro um inquérito civil público no MP para apurar o crime de improbidade administrativa por parte da gestão municipal na contratação para cargos de livre provimento (comissionados) no lugar de concursados.

Segundo o documento do promotor, há indícios de “uma política explícita de priorização de contratação de terceirizados, a altos custos, para funções efetivas típicas”.

“Em Relatório de Inspeção Anual referente ao ano de 2018, o TCM/SP já havia apontado um crescimento de 27% na ocupação de funções de livre provimento e exoneração. (...) O Superior Tribunal de Justiça já decidiu que a contratação de servidores comissionados para desempenhar funções desempenhadas cujos cargos deveriam ser providos por regular concurso público representa ato de improbidade administrativa”, disse Marques.

Espera de 2 anos

Enquanto aguardam uma decisão judicial sobre as ações do MP, os concursados que estão na fila se dizem "indignados" com a espera de quase dois anos para serem nomeados.

"Todo esse cenário é um desrespeito não só com a gente, que prestou concurso, mas também com os munícipes. Porque a gente estudou e se preparou, passou pelo funil do concurso público, mas tem uma porção de gente que está exercendo a nossa função sem ninguém saber o tipo de capacidade técnica que ela tem", afirma um dos engenheiros que aguarda desde 2019 pela nomeação e prefere não se identificar para não prejudicar uma futura nomeação.

"O concursado é um empregado da cidade, não de governos ou gestões. Ele presta serviço de forma isonômica e imparcial, independente do prefeito que está sentado na cadeira. A gente fica indignado em ouvir que a prefeitura diz que não tem dinheiro para contratar concursado, mas gasta milhões em consultarias e contratações de terceirizados, como tem acontecido no caso das creches ou do Plano Diretor, onde foi gasto R$ 3,5 milhões em consultoria externa, com gente qualificada dentro da própria prefeitura", completou.

No documento que o G1 teve acesso, o próprio TCM diz que a “alta rotatividade de tais cargos acaba prejudicando o serviço público” na capital paulista.

“Aqueles que saem dos quadros da Administração frequentemente levam consigo seus trabalhos, podendo não haver no setor outro servidor com conhecimento acerca do histórico e andamento dos projetos ali desenvolvidos pelo colega egresso. (...) O excesso de cargos em comissão compromete, ainda, a própria continuidade do serviço público, uma vez que a natureza da relação existente entre o comissionado e a administração é transitória e precária”, argumentaram os auditores do tribunal.

Fonte: Globo (Por Rodrigo Rodrigues, G1 SP)