terça-feira, 18 de julho de 2017

Minas Gerais: Movimento Amplifique incentiva a criação de apps de controle social.


Foram mais de 30 horas de maratona, com jovens programadores, comunicadores e designers praticamente confinados no Espaço SEED para apontar soluções para um problema: aumentar a participação social e promover o controle social por meio da tecnologia. Ao final, cinco propostas de aplicativos que integram comunidade e governo. A equipe Fiscalize Aí saiu a grande vencedora. Ela apresentou uma possibilidade de acompanhamento, avaliação e fiscalização dos gastos públicos de forma mais fácil e acessível, usando dados já disponíveis no Portal da Transparência.

Segundo Cristian Charles, de 26 anos, membro da equipe Fiscalize Aí, uma das funcionalidades é a apresentação de dados ao cidadão e o convite para missões, ou seja, que ele fiscalize a aplicação e responda ao órgão o que ele detectou. “Nosso objetivo é que com a exibição de dados de forma mais fácil e rápida possibilite o engajamento social. Constatamos durante o nosso desenvolvimento que as pessoas querem avaliar, mas acham difícil e a forma que elas apontaram como melhor para fazer isso é o aplicativo de celular. Ao mesmo tempo, nos responderam que querem fiscalizar porque são cidadãs, ou seja, não querem recompensa”, contou.

Walyson Maxwel, de 25, Diogo Fernandes, de 23, Louise Maria, de 25, e Davi Almeida, de 20, fazem parte da equipe vencedora. Eles vão ganhar ingressos para a Hack Town, em Santa Rita do Sapucaí, com direito a passagem rodoviária saindo de Belo Horizonte e ingressos para a FINIT 2017 e Campus Party em BH com direito a acampamento.

A hackathon faz parte do Movimento Amplifique, que foi promovido pelo Governo de Minas Gerais, por meio da Controladoria-Geral do Estado (CGE), e apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG), Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SEDECTES), Sistema Mineiro de Inovação (SIMI) e Startups and Entrepreneurship Ecosystem Development (SEED).

O segundo lugar na hackathon ficou com a equipe Aliás, que apresentou um aplicativo para fiscalização de obras públicas municipais. Eles irão ganhar ingressos para a FINIT 2017 e duas horas de mentoria com a equipe do SEED. Já em terceiro ficou a equipe Emendados, que propõe um app de transparência dos recursos de emendas parlamentares, mostrando o parlamentar, quando o valor foi liberado e para onde foi destinado. Ela também recebe ingressos para a FINIT 2017.

Em quarto lugar, ficou a equipe a Falei, que propôs um aplicativo no formato “Reclame Aqui” envolvendo, principalmente, jovens das escolas públicas estaduais. E, em quinto, ficou a equipe Minas Social, que apresentou um app semelhante ao Foursquare, em que o cidadão possa avaliar o serviço público prestado e formar uma rede de contatos de interesses comuns para reivindicar melhorias.

Para Márcio Almeida do Amaral, subcontrolador de Governo Aberto da CGE, todos os trabalhos apresentados têm muitos méritos. “Foi difícil fazer a escolha, vimos o esforço de todas as equipes para mostrar o que é interessante e que possa contribuir com a melhoria da gestão pública e o funcionamento da máquina pública”, afirmou ele, que foi um dos jurados da maratona.

O subsecretário de Ciência, Tecnologia e Inovação da SEDECTES, Leonardo Dias, foi um dos jurados e parabenizou as equipes participantes e todo o empenho para realizar o evento. “Parabenizo o Governo de Minas Gerais que teve essa iniciativa de trazer mais transparência para as ações num momento como esse. Desde o primeiro momento que fomos procurados pela CGE, abraçamos a causa porque acreditamos que realmente é com a tecnologia que vamos aumentar a transparência do modelo político brasileiro e aumentar a credibilidade das nossas ações. Tem muita gente fazendo coisa boa no governo e são com ações como essas que vamos mudar o nosso país”, afirmou.

Participaram 25 pessoas que se dividiram em cinco equipes. Agora, a CGE e a FAPEMIG trabalham para o lançamento de um edital para desenvolvimento da ferramenta, que será a terceira etapa do Movimento Amplifique.

O Movimento Amplifique faz parte do Plano Mineiro de Promoção da Integridade, lançado em dezembro do ano passado e publicado no decreto nº 47.185. A ideia é promover uma rede de cidadãs e cidadãos que buscam soluções coletivas para problemas sociais, cobrando e orientando mudanças voltadas para o interesse de todos e todas.

Movimento Amplifique

A primeira etapa do Movimento Amplifique aconteceu na terça-feira (11/7), no café do Espaço 104, e promoveu debates sobre o tema controle social e combate à corrupção. Segundo o controlador-gconeral do Estado, Eduardo Martins de Lima, o Movimento mostra um outro lado da CGE, que é a sua relação direta com a população. “A sociedade precisa ter muito mais do que ela está tendo, melhor serviço público e, acima de tudo, mais ética com o recurso público. Isso significa atuar de forma honesta, franca e dedicada. Acredito que uma sociedade mais honesta e limpa não é aquela que mais se pune, mas aquela em que se promove mais a integridade”, afirmou.

O professor Evaldo Ferreira Vilela, presidente da FAPEMIG, também esteve presente. “É uma satisfação enorme estar junto com a CGE para o desenvolvimento de aplicativos e outras metodologias que possam ajudar o controle social. A gente fala, reclama, xinga, mas precisamos agir e colocar à disposição dos nossos jovens, os protagonistas, ferramentas para que possam fazer”, afirmou.

Participaram dos debates Diego Calegari, da Plataforma Politize, Marcelo Zenkner, promotor de Justiça do Estado do Espírito Santo, Matheus Moreira, do Fiscalize Agora e Diagnóstico Público, Rodolfo Viana, da Operação Serenata de Amor, Edmar Ferreira, da Rock Content, e Capi Etheriel, da Transparência Hacker.

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