O ano mal começou e as projeções do mercado financeiro para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2015 já são desanimadoras. O Relatório Focus, divulgado pelo Banco Central, mostra que a expectativa de expansão para este ano recuou de 0,5% para 0,4%.
Uma perspectiva tão minguada assim só foi vista no ano passado em meados de setembro. O resultado de 2014 ainda não foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A última previsão apresentada pelos participantes da pesquisa era de uma alta de apenas 0,15% do PIB.
Para 2016, a estimativa é um pouco mais otimista, com expansão de 1,8% em razão de uma recuperação da atividade fabril. Pelos cálculos da centena de profissionais de mercado ouvidos pelo BC, a produção industrial terá alta de 1,02% este ano e de 2,65% no próximo.
Outra notícia ruim na Focus vem do diagnóstico dos analistas para a inflação. E sob todas as perspectivas: para o curto e o médio prazo e também em relação à composição dos preços, já que são aguardadas pressão do dólar e do conjunto de itens que são administrados ou monitorados pelo governo.
O IPCA deve encerrar 2015 com alta de 6,6%, de acordo com o documento, uma taxa ainda maior do que a de 6,56% apresentada na semana anterior. Esse aumento significa que os economistas não acreditam que o BC entregará a inflação dentro da meta de 4,5%, não podendo ultrapassar o limite de 6,5%. O descrédito é visto não apenas no levantamento geral, mas também no grupo Top 5, que é a elite dos participantes, porque são os que mais acertam as projeções. Para eles, o IPCA também vai terminar o ano em 6,6%.
Por trás desse prognóstico negativo está a perspectiva de elevação dos preços administrados, que devem encarecer 8% este ano e 6% no próximo. Além disso, o peso do câmbio deve ser grande sobre a inflação doméstica, com o dólar devendo chegar a dezembro cotado a R$ 2,80.
Essas duas fontes de pressão têm sido tema nos discursos dos porta-vozes do Banco Central. Segundo eles, a inflação subirá nos primeiros meses de 2015 por conta do “realinhamento de preços” (dólar e administrados), mas tenderá a baixar mais para o final do ano. Em 2016, prometem, a inflação ficará em 4,5%.
O Focus trouxe ainda a avaliação do mercado financeiro de que o saldo em conta corrente de 2015 será negativo em US$ 77,4 bilhões e o de 2016, em US$ 70 bilhões. Para cada um dos anos, espera-se o ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) de US$ 60 bilhões para financiar esse rombo.
Fonte: Agência CNM com informação da Agência Estado
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