segunda-feira, 19 de setembro de 2022

Mais da metade dos brasileiros não sabe como denunciar corrupção, diz pesquisa.

Levantamento do Inac e do Instituto Qualibest também mostra que saúde pública e educação são os temas que a população considera como prioritários na busca por soluções


Cerca de 55% dos brasileiros não conhecem os canais de denúncia de corrupção do munícipio em que moram. Outros 6% afirmam que a cidade não teria a plataforma e 5% dizem que tentaram utilizar, mas não conseguiram.

Apenas 34% afirmaram conhecer os canais, mas nunca utilizaram.

Os números são da pesquisa “Percepções sobre a corrupção”, realizada pelo Instituto Não Aceito Corrupção (Inac) em parceria com o Instituto Qualibest.

Cerca de 1,6 mil pessoas foram entrevistadas por meio de um questionário virtual, especialmente representantes da classe C.

“Emerge a premente necessidade de significativo aprimoramento do conhecimento e acesso aos canais de denúncias de irregularidades nos 5.568 municípios brasileiros, desconhecidos por grande parte dos respondentes”, destacou Roberto Livianu, presidente do Inac e procurador de Justiça do Ministério Público de São Paulo.

A pesquisa também apontou que a corrupção não é a principal preocupação dos brasileiros. A saúde, a educação e o desemprego, em ordem, são os três principais pontos priorizados.

Com 11%, a corrupção aparece em quarto lugar na lista de temáticas com maior prioridade para serem resolvidas.

Entre as práticas corruptas com maior nível de reprovação entre os brasileiros, a “rachadinha”, que consiste na contratação de assessores para cargos de confiança em que parte do salário deles é devolvida para o político, é uma das mais rejeitadas.

A “compra de votos” também aparece entre as atitudes em que há menor tolerância por parte da sociedade. Os eleitores ou políticos que trocam votos por remédios, cestas básicas ou dinheiro são reprovados pelos entrevistados.

São mais aceitas socialmente as atitudes em que há algum tipo de ajuda ao próximo, por exemplo, um motorista que não é multado por levar uma mulher em trabalho de parto ou um estabelecimento alimentício que oferece uma refeição gratuita para policiais que trabalham na região.

A avaliação, mais focada na esfera municipal, ainda apontou que 40% dos entrevistados já foram vítimas de extorsão ou conhecem alguém que tenha sido.

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