Pagar dívidas para sair do vermelho é o principal desejo dos consumidores brasileiros para 2016, segundo apontou pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). O motivo pode estar relacionado com outra pesquisa, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que mostra que o medo do desemprego aumentou 36,8% em 2015.
A meta de sair do vermelho aparece na lista antes de outras resoluções populares de Ano Novo, como perder peso. O levantamento aponta que 37% dos consumidores têm como prioridade quitar dívidas atrasadas, bem à frente dos 27,5% que querem perder peso. Entre as metas também aparecem praticar alguma atividade física (34,3%) e comprar ou trocar de carro (27,6%).
Dos brasileiros que têm contas em atraso, 59,6% pretendem pagá-las nos próximos seis meses, mas 38,1% não têm previsão de quando conseguirão quitá-las. Entre os consumidores que possuem contas atrasadas e estão negativados, o vilão foi o cartão de crédito: 64,6% deixaram de pagar ao menos uma parcela, aumentando para 80,8% entre as mulheres.
O estudo indica que o valor médio de todas as dívidas dos consumidores inadimplentes, incluindo juros e multas, chega a R$ 11.472, embora seja importante destacar que 42,8% dos entrevistados não sabem quanto devem.
O risco de não conseguir pagar as dívidas também aparece como o maior temor para 2016: 56,9% dos entrevistados citaram, com percentuais maiores entre as mulheres (61,0%) e as pessoas com 50 anos ou mais (69,6%). Foram mencionados ainda os problemas de saúde (54,6%), a possibilidade de serem vítimas de violência e/ou assalto (35,2%) e que o país não saia da crise atual (27,1%).
Ao mesmo tempo, os brasileiros terminaram 2015 muito preocupados com o emprego. O Índice do Medo do Desemprego aumentou 36,8% em dezembro do ano passado na comparação com o mesmo mês de 2014, informa a CNI.
Conforme o levantamento feito com 2.002 pessoas em 143 municípios, o Índice do Medo do Desemprego alcançou 102,3 pontos em dezembro, muito acima da média histórica que é de 88,4 pontos. No último trimestre do ano passado, o medo do desemprego cresceu mais entre os moradores de municípios com menos de 20 mil habitantes, onde o índice subiu de 98,1 pontos em setembro para 106,8 em dezembro. Nas cidades com mais de cem mil habitantes, o índice caiu de 105,5 pontos em setembro para 101,3 pontos em dezembro.
“Como o desemprego atingiu inicialmente as áreas metropolitanas, só mais recentemente a população do interior passou a perceber de perto o impacto da crise no emprego. Isso explica o crescimento do Índice de Medo do Desemprego no último trimestre entre a população do interior”, diz o gerente-executivo da Unidade de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca. O Índice de Medo do Desemprego é maior entre as pessoas com ensino superior e as que têm renda familiar maior que 10 salários mínimos.
Satisfação com a vida
A crise econômica também afetou a forma como os brasileiros percebem a vida. Embora tenha aumentado 1,3% entre setembro e dezembro, o Índice de Satisfação com a Vida encerrou 2015 em 95,1 pontos. O valor é 8,1% menor que o registrado em dezembro de 2014.
“Há uma tendência natural de a população se mostrar mais satisfeita próximo às passagens do ano, o que explica o crescimento no trimestre, mas o efeito da crise está muito claro quando se compara o indicador com o mesmo período do ano passado. O Índice de dezembro é um dos menores já apurados desde o início da série em 1999″, afirma Fonseca. A pesquisa foi feita entre 4 e 7 de dezembro de 2015.
Fonte: Organização Contas Abertas (www.contasabertas.com.br)
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